Morando oferece jantar a Doria para se fortalecer ao governo de SP, mas PSDB tem outros nomes
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Embora, oficialmente, o motivo tenha sido celebrar a integração do ABC com a Capital – que passa a ter um representante no Consórcio Intermunicipal, hoje com seis das sete cidades da região -, o jantar oferecido pelo prefeito Orlando Morando, de São Bernardo, ao colega tucano João Doria, de São Paulo, na noite desta quarta (19) teve claro foco nas eleições de 2018 e no posicionamento do PSDB.
Participaram da mesa os prefeitos Paulo Serra (Santo André), José Auricchio Júnior (São Caetano) e Gabriel Maranhão (Rio Grande da Serra), todos do PSDB, além de Kiko Teixeira (Ribeirão Pires), do PSB. Atila Jacomussi, também do PSB, alegou compromissos em Brasília para não comparecer.
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Morando tratou de compartilhar nota de colunista e dizer que “tem muito trabalho pela frente em São Bernardo”
Morando está empolgado desde que uma sondagem do Instituto Paraná Pesquisas – quando ele mal havia sentado na cadeira de prefeito – o colocou à frente na preferência do eleitorado do ABC ao governo do Estado. Mais recentemente, numa nota, o colunista Claudio Humberto deu a entender que o chefe do Executivo de São Bernardo e ex-deputado estadual seria o preferido de Geraldo Alckmin (PSDB) à sua sucessão.
Morando logo tratou de espalhar a notinha para amigos e grupos de WhatsApp com um porém: “temos muito trabalho pela frente em São Bernardo”. Um tanto dúbio: trabalhar pela cidade por 04 anos ou correr para mostrar serviço numa eventual candidatura?
Não é bem assim…
Ao blog, um alto nome do tucanato paulista disse, em off, que Morando está se antecipando e colando em Doria para levar vantagem. Porém, o PSDB tem outros nomes na disputa ao governo do Estado – o do próprio prefeito de São Paulo não estaria descartado, embora ele esteja agindo como presidenciável e iniciando agenda por cidades brasileiras (o Nordeste seria o foco inicial e uma viagem a João Pessoa, na Paraíba, já foi marcada) – há quem aposte, no entanto, que teria mais chances por aqui do que numa disputa nacional, uma vez que é um “fenômeno” paulistano, mas isso vai depender do quadro com ou sem Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT, no páreo.
Presidente do Diretório Estadual do PSDB, Pedro Tobias, já defendeu publicamente a candidatura de Bruno Covas, vice-prefeito de São Paulo e secretário das Prefeituras Regionais para governador. Para ele, trata-se de um nome que representa a “renovação”, e teria no sobrenome famoso uma herança (do avô e ex-governador Mário Covas, que morreu em 2001).
Há muita coisa em jogo ainda. Alckmin teria se comprometido a apoiar seu vice, Márcio França, do PSB, em 2018. Após o êxito da “onda azul” nas eleições municipais de 2016, uma ala do PSDB (que nesse cenário possivelmente estaria na vice) passou a defender candidatura própria.
De olho na presidência do Brasil, Alckmin tem o apoio do PSB nacional condicionado à candidatura de França em São Paulo. Com Doria correndo por fora dentro do PSDB – e ainda um provável desgaste de sua gestão, somado à citação como “Santo” na Operação Lava Jato -, o atual chefe do governo paulista poderia migrar para o ninho pessebista para manter seu projeto ao Planalto – e o cobiçado apoio a França. É uma possibilidade e o convite já foi feito por Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.
França tem evitado polemizar sobre a questão. Mas uma coisa é certa: não o convidem para jantar com Orlando Morando na atual conjuntura. Nos bastidores, aliás, não estaria sendo vista com bons olhos a proximidade de um prefeito do PSB no ABC, no caso Kiko Teixeira, de Ribeirão Pires, com o chefe do Executivo de São Bernardo – sobre a reunião desta quarta, Kiko até pode usar o pretexto de debater a regionalidade, mas fontes do blog garantem que dirigentes do partido acenderam o alerta.
Do contra
Atual desafeto de Morando e dizendo-se decepcionado com a gestão do PSDB, Lauro Michels (PV), prefeito de Diadema (que deixou o Consórcio Intermunicipal Grande ABC), afirmou que vai apoiar França para o governo de São Paulo. Nos últimos dias, ele e o deputado federal Alex Manente (PPS) se reuniram com o vice-governador.
Em tempo: o encontro na casa de Morando ainda contou com as presenças de Bruno Covas, Edson Aparecido, presidente da COHAB (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo ), e Júlio Semeghini, secretário de Governo de São Paulo.
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