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Atila endurece discurso contra Alckmin e a Sabesp sobre falta de água em Mauá

ATILA MAUA

Diante da crise no abastecimento de água em Mauá, com vários bairros afetados, o prefeito Atila Jacomussi (PSB) decidiu acentuar o tom crítico à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e até mesmo ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). Em nota de repúdio divulgada neste sábado (18), o chefe do Executivo cobrou eficiência no abastecimento.

“Abastecimento é um serviço vital, um direito da humanidade. O governador precisa encarar esse serviço com a devida importância. Não se deixa uma população com as torneiras secas. Já cobramos, por meio de notificação, o governador e a Sabesp para que tenham responsabilidade diante da necessidade das pessoas e não interrompam o envio de água à nossa cidade”, registrou Atila.

Segundo o Executivo, a água deixou de ser enviada a Mauá pela Sabesp em quatro oportunidades nos últimos dez dias, sob o pretexto de problemas técnicos, justamente nos horários em que os reservatórios da SAMA (Saneamento Básico do Município de Mauá) são reabastecidos para garantir a chegada às torneiras dos munícipes. A SAMA compra água no atacado da Sabesp.

A companhia estadual aponta Mauá, Santo André e Guarulhos, como suas maiores devedoras. Uma dívida na casa de 1,2 bilhão e a falta de pagamento de parcelas de precatório (em gestões passadas) seriam o motivo do impasse entre SAMA e Sabesp, originando a diminuição na vazão de água à cidade desde dezembro, segundo o prefeito.

A redução de 10% em caso de inadimplência é prevista em contrato entre a Sabesp e a SAMA e foi validada, em março, pela Justiça mauaense. O Executivo, porém, classifica a sentença como frágil e questionável, alegando que o acordo com a estatal é de 1995 (quando o serviço foi municipalizado) e carecia de prorrogação, o que não teria ocorrido.

O imbróglio entre SAMA e Sabesp vem sendo acompanhado pela Prefeitura e conversas encaminhadas para solucionar a questão financeira (a SAMA contesta valores na Justiça, alegando cobrança abusiva). Atila descarta entregar a administração da SAMA à Sabesp – como fez Diadema com os serviços de água e esgoto, em 2014, diante de dívida bilionária da SANED (Companhia de Saneamento de Diadema). Em Mauá, o tratamento de esgoto é privatizado, sob o comando da BRK Ambiental.

O compartilhamento da gestão da SAMA com a Sabesp, no entanto, estaria sendo cogitado (envolvendo até mesmo a BRK). “A SAMA é uma empresa pública, um patrimônio do povo com plena autonomia, o que significa que a SAMA não responde à Sabesp”, defende Atila, superintendente da autarquia de 2013 a 2014. O prefeito insinua que “outros interesses” poderiam estar em jogo. “Será que existe um grande plano em curso?”, questiona.

Retorno

Segundo Atila, após cobrar a Sabesp publicamente, o abastecimento de água vem sendo retomado de forma gradativa desde às 22h deste sábado. “A Sabesp ligou o terceiro grupo de bombas e ampliou a vazão de água para a nossa cidade. Isso significa que os reservatórios da SAMA serão preenchidos novamente e a água vai chegar às torneiras”, publicou em suas redes sociais.

Novas conversas entre a direção da SAMA e Sabesp devem ocorrer até o final do ano.

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