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Tarcísio de Freitas toma posse como governador de SP após 28 anos de gestões tucanas

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Após posse oficial na Assembleia Legislativa, o governador e o vice, Felício Ramuth, seguiram para o Palácio dos Bandeirantes, onde ocorreu a cerimônia de transmissão de cargo

Depois de 28 anos de governos do PSDB, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, foi empossado governador do Estado em cerimônia realizada na manhã deste domingo (1º) pela ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A solenidade, presidida pelo presidente da Casa, o deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB), também marcou a posse do vice-governador Felício Ramuth (PSD).

Eleito com mais de 13 milhões de votos no segundo turno das eleições em outubro de 2022, Tarcísio se tornou o 64º governador da história do Estado. Aos 47 anos, o engenheiro e militar da reserva foi por pouco mais de três anos ministro da Infraestrutura no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem agradeceu em seu discurso pela “ousadia” de lançá-lo candidato a governador de São Paulo (confira a íntegra abaixo).

Antes Tarcísio já tinha ocupado cargos na Controladoria Geral da União, no DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), na Câmara dos Deputados e na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável pelo programa de privatizações, concessões e desestatizações.

Tarcísio deixou o cargo de ministro no início do ano para concorrer à sua primeira eleição pelo Republicanos. Casado com Cristiane de Freitas e pai de dois filhos, ele substitui Rodrigo Garcia (PSDB), governador de abril a dezembro de 2022, e terá a missão de comandar o maior orçamento do Brasil, com R$ 317 bilhões aprovados pela ALESP para 2023. Em seu discurso de posse, Tarcísio reafirmou o seu compromisso de cumprir a Constituição.

“É uma honra muito grande tomar posse na Assembleia Legislativa, a Casa do Povo, essência da representação democrática paulista. Aqui teremos o ambiente de diálogo para fazer de São Paulo um exemplo para o Brasil, em termos de políticas sociais, de sustentabilidade, de inclusão, de inovação, de luta pela segurança pública, pelo emprego, pelo desenvolvimento econômico e regional. Vamos trabalhar na construção de consensos, no convencimento por meio do trabalho técnico e da transparência, sempre respeitando as diferenças, sempre com uma atitude propositiva”, disse.

Na cerimônia de posse, o presidente da ALESP desejou sucesso ao novo governador. “Hoje é um dia muito importante para São Paulo. Nós, do maior parlamento da América Latina, temos a honra enorme de dar posse ao senhor e ao nosso vice-governador. Desejar a vocês quatro anos de muito trabalho, muita gestão. Que vocês sejam muito felizes nessa direção que São Paulo está tendo, e não tenho nenhuma dúvida que vai melhorar cada dia mais. Então desejo a você muita sorte e muito sucesso e contem sempre com a Assembleia Legislativa de São Paulo”, declarou Pignatari.

Após a solenidade, foram prestadas honras militares ao novo governador. Tarcísio passou em revista à tropa e acompanhou a saudação à bandeira e o desfile dos cadetes do Barro Branco. Em seguida, ele e Ramuth seguiram para o Palácio dos Bandeirantes, onde ocorreu a transmissão do cargo de governador e vice e a posse da nova equipe de secretários para a gestão 2023-2026.

Perfil

Tarcísio é formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) e graduado em Engenharia, Fortificação e Construção pelo IME (Instituto Militar de Engenharia). Ele foi engenheiro do Exército Brasileiro e chefe da seção técnica da Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti.

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O termo de posse de Tarcísio foi assinado em cerimônia na Assembleia Legislativa de São Paulo

Após a assinatura do termo de posse, na Assembleia Legislativa, o novo governador do Estado de São Paulo fez um discurso. Confira a íntegra:

Hoje é um dia especial, pois marca o início de uma caminhada. Pelos próximos quatro anos, o time que hoje assume fará o máximo para vencer os imensos desafios que nos são impostos. A responsabilidade de governar um Estado como São Paulo, que se fosse um país seria a 21ª economia do mundo, a terceira da América Latina, é enorme, só não é maior do que a motivação de fazer a diferença. Apesar da pujança, temos um Estado desigual e a atenção às demandas populares deve ser o grande direcionador da ação do Estado.

É dia de expressar gratidão, que é uma forma singular de reconhecimento. Gratidão a Deus por revigorar as nossas forças, preparar o nosso caminho e conduzir nossos passos sob a sua vontade. Gratidão à minha família que é minha fortaleza.

Na política, inicio meus agradecimentos, como não poderia deixar de ser, pelo presidente Jair Bolsonaro, que me lançou este desafio, que enxergou o que ninguém havia enxergado naquele momento. Quanta ousadia! A montagem do ministério em 2019 já havia sido ousada. Houve a aposta em técnicos desvinculados das pressões partidárias, padrão que estamos reproduzindo em São Paulo. Aliás, a indicação irresponsável de dirigentes é raiz da ineficiência, da corrupção, do fisiologismo e, porque não dizer, desmoralizam a própria democracia, como já havia dito José Serra. As ideias ousadas, segundo Goethe, são como peças de xadrez, que se movem para frente; às vezes até as perdemos, mas podem começar um jogo vitorioso. Neste movimento, eu e outros técnicos chegamos ao primeiro escalão do governo federal e nunca nos faltou apoio, incentivo, patrocínio da ousadia, que foi premiada, no caso da Infraestrutura, por leilões de concessão com modelos inovadores, vitoriosos em um momento desafiador e por reformas de marcos importantes referendadas pelo Congresso Nacional.

Expresso ainda minha gratidão a Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo, um grande amigo que a política me deu. Que, em um gesto de grandiosidade, abriu mão do seu projeto para caminhar comigo. Gestor experimentado, bem sucedido por onde passou, trouxe uma densidade para nosso time e ainda mais certeza de que será possível fazer muito por São Paulo.

A Guilherme Afif Domingos, que, além de um grande professor, se tornou um amigo e uma pessoa que fez toda a diferença na construção desse projeto. Que honra o ter ao meu lado nessa jornada, Afif. Ao Presidente do meu partido, o deputado federal Marcos Pereira, que me acolheu nos quadros do Republicanos e meu deu todo apoio necessário em todos os momentos da caminhada. Também agradeço aos presidentes dos partidos que fizeram parte da nossa coligação, em especial ao ex-ministro e futuro Secretário de Governo Gilberto Kassab, pelas inúmeras portas abertas ao longo da campanha, ao senador Marcos Pontes, às deputadas e deputados, prefeitas e prefeitos, vereadoras e vereadores, aos amigos de toda uma vida que, mais uma vez, acreditaram em mim e resolveram me acompanhar.

Hoje é dia de agradecer a população de São Paulo, que me acolheu de forma muito carinhosa. Que não perguntou de onde eu vim. Que preferiu apostar no ‘para onde podemos ir’. Agradeço aos quase 13,5 milhões de paulistas que acreditaram neste projeto. Entendemos o recado das urnas: vamos governar para todos, renovando a esperança de um futuro melhor, percebendo e explorando cada potencial do Estado, apostando na inovação, na tecnologia como arma poderosa para o crescimento e para a melhoria na prestação dos serviços.

É uma honra muito grande tomar posse na Assembleia Legislativa, a Casa do Povo, essência da representação democrática paulista. Aqui teremos o ambiente de diálogo para fazer de São Paulo um exemplo para o Brasil, em termos de políticas sociais, de sustentabilidade, de inclusão, de inovação, de luta pela segurança, pelo emprego, pelo desenvolvimento econômico e regional. Vamos trabalhar na construção de consensos, no convencimento por meio do trabalho técnico e da transparência, sempre respeitando as diferenças, sempre com uma atitude propositiva. Vamos buscar a maioria para realizar programas e manter profundo respeito pelos adversários. Aliás, interessante seria se aliados do governo não se furtassem em abordar os projetos criticamente e se os opositores tiverem a consciência do imperativo da responsabilidade e se dispuserem a propor, a construir.

Esperamos aqui a interlocução, o diálogo franco. Nós no governo estaremos prontos para a discussão de ideias, para a construção de caminhos. Não somos donos da verdade, não hesitaremos em dar passos atrás quando necessário, mas estamos extremamente cientes da nossa responsabilidade e comprometidos com o acerto.

O diálogo também será importante para aglutinar as bancadas em torno dos interesses do Estado, de forma a suprir uma grande lacuna. Desde a década de 30 do século passado, há um desbalanceamento entre o peso econômico e o peso político. São Paulo precisa ter mais voz!

Hoje é dia de reafirmar compromissos. O compromisso com o desenvolvimento, com um Estado que é a locomotiva econômica do país, que merece uma economia dinamizada e aberta, parceira do empreendedor e da iniciativa privada, mais competitiva e mais integrada internacionalmente. São Paulo pode e deve ser protagonista nos processos de transição energética, líder em economia verde, exemplo de investimentos sustentáveis. Não é para menos. Sabemos que os fluxos financeiros estarão fortemente aderidos aos padrões ambientais. O compromisso de acionar as alavancas do crescimento: o aumento da oferta de energia, a diminuição da carga tributária, a oferta de crédito para micro e pequenos empreendedores, os investimentos pesados em infraestrutura, a capacitação profissional e a digitalização.

Mas o crescimento econômico não é um fim em si mesmo. Há uma razão para que persigamos insistentemente o crescimento: é o resgate social. A grande finalidade do mandato é fazer a diferença. Cada meta alcançada muda realidades, transforma trajetórias, traz esperança, dignidade! Dignidade é uma palavra chave. Não podemos ficar inertes ao sofrimento cotidiano de dependentes químicos amontoados nas cracolândias, insensíveis com a situação de quem não tem abrigo, emprego, futuro. Não podemos achar normal a fome e, em um mundo que dispõe de tanta tecnologia, não podemos tolerar o analfabetismo.

Podemos e devemos contribuir para o aumento da oferta de moradias, para a revitalização dos centros urbanos, para a melhoria da mobilidade, para a melhoria do ensino, para a melhoria dos serviços de saúde e para o fortalecimento dos programas de transferência de renda e combate à pobreza. Como será bom ver jovens acessando pela primeira vez o mercado de trabalho por meio do Programa Jovem Aprendiz Paulista. A cidadania existe de fato na medida da qualidade da prestação dos serviços públicos.

Hoje é dia de pensar em disrupção. Em tempos de 5G, de democratização de acesso à dispositivos móveis, precisamos fazer mais com menos, mudar os modelos de prestação de serviço público, usar maciçamente a tecnologia em prol do cidadão. A integração de sistemas e o geoprocessamento serão fundamentais na segurança pública, por exemplo. A ousadia na gestão nos ajudará a tirar o máximo do patrimônio imobiliário do Estado. Será necessária a criatividade para aumentar significativamente o investimento em universalização do saneamento básico e ainda assim, reduzir as tarifas, para concluir o Rodoanel ou a Linha 17, para fazer o Metrô alcançar mais pessoas ou para ver ligações ferroviárias saindo do papel. Para acabar o que ficou pelo caminho. Precisamos entregar as pequenas coisas, que mudam a rotina e fazem a diferença. Como dizia Franco Montoro ‘minha maior obra é o conjunto das pequenas obras’ ou Mário Covas ‘penso que, às vezes, mais vale eliminar uma fila do que construir um viaduto’.

Hoje é dia de pensar e exaltar São Paulo! Pelo Brasil, faça-se o melhor! Muito obrigado!

Novos secretários

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Ao lado do vice, Felício Ramuth (PSD), Tarcísio deu boas-vindas aos novos secretários de Estado (Reprodução/Twitter)

O novo governador terá 25 secretários a partir deste domingo (1º), data da posse do novo gabinete. Inicialmente, o governo Tarcísio teria 23 secretarias, sem a pasta das Pessoas com Deficiência, que seria incorporada à Secretaria de Justiça e Cidadania, mas a gestão voltou atrás na extinção após série de críticas. Uma das pastas, a Secretaria Especial de Projetos Estratégicos, será uma secretaria especial, sem toda a estrutura de pessoal de uma secretaria comum. Confira os nomeados:

  1. Secretaria de Educação – Renato Feder
  2. Secretaria de Saúde – Eleuses Paiva
  3. Casa Civil – Arthur Lima
  4. Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística – Natália Resende
  5. Secretaria de Governo e Relações Institucionais – Gilberto Kassab
  6. Secretaria de Segurança Pública – Guilherme Derrite
  7. Secretaria de Turismo e Viagens – Roberto de Lucena
  8. Secretaria de Gestão e Governo Digital – Caio Paes de Andrade
  9. Secretaria de Comunicação – Lais Vita
  10. Secretaria de Negócios Internacionais – Lucas Ferraz
  11. Secretaria de Parcerias em Investimentos – Rafael Benini
  12. Secretaria de Fazenda e Planejamento – Samuel Kinoshita
  13. Secretaria de Desenvolvimento Social – Gilberto Nascimento Júnior
  14. Secretaria de Administração Penitenciária – Marcello Streifinger
  15. Secretaria de Desenvolvimento Econômico – Jorge Lima
  16. Secretaria de Políticas para as Mulheres – Sonaira Fernandes
  17. Secretaria de Justiça e Cidadania – Fábio Prieto
  18. Secretaria de Transportes Metropolitanos – Marco Assalve
  19. Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação – Marcelo Branco
  20. Secretaria de Cultura e Economia Criativa – Marília Marton
  21. Secretaria de Agricultura e Abastecimento – Antônio Junqueira
  22. Secretaria de Esportes – Coronel Helena Reis
  23. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação – Vahan Agopyan
  24. Secretaria de Pessoas com Deficiência – Marcos da Costa
  25. Secretária Especial de Projetos Estratégicos – Guilherme Afif Domingos

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