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Após queda de diretor do CHM, dois secretários correm risco no governo de Santo André

Coletiva Qualisaúde (Ricardo Trida_PSA)

Embora o prefeito Paulo Serra (PSDB) tente pregar um discurso conciliador, nos corredores do Paço Municipal de Santo André já teve início um movimento para a troca de dois secretários do governo. Marcelo Delsir da Silva, de Cidadania e Assistência Social, e Ana Paula Peña Dias, de Saúde, estariam na berlinda.

Os recentes episódios envolvendo as pastas comandadas por ambos podem acelerar as substituições. O nome de Carlos Alberto Bianchin Junior, atual superintendente da recém-criada Unidade de Assuntos Institucionais e Comunitários, é ventilado, inclusive, para assumir a Secretaria de Cidadania e Assistência Social. Bianchin é hoje o responsável pela articulação entre Executivo e Legislativo – que, diga-se de passagem, vem sendo alvo de críticas de vereadores da própria base aliada do governo.

Delsir (quinto em pé, da esq. para a dir.) e Ana Paula (terceira sentada da dir. para a esq., na segunda fileira): ameaçados?

Na última semana, a Câmara Municipal de Santo André foi palco de protestos contra um corte no repasse de verba pública para entidades assistenciais do município (entre 10% e 15%). Após reuniões com representantes, o prefeito Paulo Serra analisa diminuir ainda mais o percentual de contingenciamento – ele evita falar em cortes -, para perto dos 5%, e cogita até restabelecer nos próximos dias os valores integrais anteriormente previstos às associações.

Segundo a administração, 2017 começou com 50% de contingenciamento ao terceiro setor, em razão dos R$ 320 milhões em dívidas herdadas da gestão de Carlos Grana (PT). Cerca de R$ 10 milhões estavam previstos para as entidades neste ano e a última projeção de contingenciamento se encontrava na casa dos R$ 2 milhões. Evidenciando um descompasso entre a equipe, o próprio vice-líder do governo na Câmara, o vereador Fábio Lopes (PPS), pediu publicamente o afastamento do secretário de Cidadania e Assistência Social, protagonista ainda do desgastante e atropelado episódio de tentativa de mudança da “Casa Amarela” do Centro para o Jardim Paraíso.

Saúde

Dias depois de lançar o programa QualiSaúde, o prefeito exonerou o diretor do CHM (Centro Hospitalar Municipal), Carlos Eduardo Corsi. Serra noticiou a demissão em primeira mão ao vivo na RDTV (canal online do jornal Repórter Diário), na última sexta-feira (04), e falou em insatisfação com a gestão do equipamento. Não mencionou, no entanto, vídeo veiculado nas redes sociais com pacientes idosos em macas, em meio a munícipes que passavam por triagem na recepção do hospital – o que teria sido o estopim da medida.

O programa QualiSaúde prevê reestruturação, modernização e qualificação de todo o sistema de saúde municipal. Mas a decisão de fechar sete unidades de atendimento de uma só vez para reformas e manter duas com interrupção parcial (as Unidades de Saúde do Jardim Irene e de Utinga) tem gerado reclamações de moradores receosos de que a rede fique sobrecarregada – sem contar as ações da oposição. O prefeito defende a medida. “É algo que terá grande impacto. A qualidade dos serviços municipais caiu drasticamente nos últimos oito anos e ninguém fez nada para mudar algo que mexe na estrutura de toda uma rede.”

Os equipamentos fechados para reforma são as unidades da rede básica dos bairros Campestre (encaminhamento para as unidades Vila Palmares e Centro); Vila Humaitá (encaminhamento para para as unidades Centreville e São Jorge); Parque das Nações (encaminhamento para as unidades Utinga e Moyses Fucs); Parque Novo Oratório (encaminhamento para as unidades ViIa Lucinda e Jardim Santo Alberto); Bom Pastor (encaminhamento para as unidades Paraíso e Valparaíso); UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Jardim Santo André (encaminhamento para Pronto Atendimento da Vila Luzita); e Centro de Especialidades III (encaminhamento para o Centro de Especialidades I).

O prefeito Paulo Serra garante que as adequações estarão concluídas até o final de 2018. O programa QualiSaúde terá investimento com recursos próprios, porém não há um valor pré-definido. A justificativa é a de que “ele abarca diversas ações de diferente áreas e que sua implantação se estenderá até 2020”.

Toda a população também será recadastrada e será criado um cartão municipal do usuário. Atualmente são 663.600 pessoas cadastradas, diante de uma população de 712.749 habitantes (estimativa IBGE 2016). Tido como principal gargalo da atual gestão, o setor da Saúde ainda traz os desafios de zerar a fila por exames e consultas (conforme anunciado com o programa Saúde Fila Zero) e reorganizar a distribuição de medicamentos.

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