Encerramento teve roda de conversa com especialistas da rede de saúde sobre o combate à sífilis e ao câncer de mama, além de peça teatral
Um mês de cuidado e autocuidado com 75 ações de promoção de saúde, entre palestras, oficinas de nutrição e beleza, oferta de testes rápidos e preservativos, e mais de 9 mil exames de mamografia, ultrassom e papanicolau realizados em equipamentos da rede pública. Este é o balanço do Outubro Verde e Rosa, iniciativa da Secretaria de Saúde de Santo André, que terminou nesta segunda-feira (30), com roda de conversa e apresentação teatral no auditório do CHM (Centro Hospitalar Municipal).
Aberto aos profissionais da saúde e ao público em geral, o evento contou com especialistas da rede, que atuam diretamente na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e da sífilis (temáticas do mês). Do Hospital da Mulher, participaram as médicas Alessandra Nabarro, coordenadora de Mastologia; Claudia Giolo, coordenadora da UTI Neonatal; e Vanessa Malerbi, coordenadora dos ambulatórios e responsável pelas práticas de acolhimento e atendimento humanizado. O painel, mediado pelo jornalista Gustavo Baena, foi formado ainda pelo infectologista pediátrico Pedro Mendes Lages, do Centro Médico de Especialidades (CME) Referência em Infectologia; o enfermeiro Márcio Renei Silva Santos, da coordenação da rede de Atenção Primária à Saúde; e o agente redutor de danos Patrick Monteiro, do Núcleo de Prevenção IST/Aids.
“Esse mês serviu para comprovarmos a evolução dos nossos equipamentos, em especial do Hospital da Mulher, que com investimentos em tecnologia e novos aparelhos de ultrassonografia, mamografia e densitometria óssea simboliza o empenho da gestão em oferecer o melhor em atenção e cuidado às mulheres não apenas em outubro, mas ao longo do ano todo”, disse o diretor geral da rede de Atenção Hospitalar de Santo André, Victor Chiavegato, que representou o secretário de Saúde, Gilvan Junior, durante a abertura do evento. Também estiveram presentes a diretora de Atenção à Saúde, Luciane Suzano Pereira Cunha, a diretora técnica do Hospital da Mulher, Ana Paula Ponceano, e o diretor técnico do CHM, Willian Faria
“Foi muito importante e inédito ver essa reunião de profissionais diversificados, representando a saúde do município de ponta a ponta, para discutir o cuidado às mulheres andreenses de maneira não fragmentada e em consonância com os últimos dados de sífilis e HIV divulgados pelo Ministério da Saúde, que enfatizam a necessidade de atenção às gestantes afrodescendentes da periferia. A desigualdade social cria barreiras de acesso ao cuidado que as deixa ainda mais vulneráveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)”, apontou Patrick Monteiro.
De acordo com o novo boletim epidemiológico de saúde da população negra, do Ministério da Saúde, 67,7% das gestantes diagnosticadas com HIV/Aids no Brasil em 2021 são pretas e pardas – em 2011 eram 62,4%. O cenário é semelhante ao da sífilis adquirida. Em todo o período abrangido pela pesquisa, mais de 60% das gestantes diagnosticadas com a infecção eram negras.
Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU) e às políticas do SUS, a cidade de Santo André vêm adotando estratégias com o objetivo de eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública, além da transmissão vertical do HIV. A sífilis congênita é consequência da transmissão durante a gestação e/ou parto.
“Os serviços do município têm atuado em parceira e com uma boa comunicação para assistir aos usuários desde o conceito primário, independentemente de qual equipamento de saúde ele acessa. A ampliação da Estratégia de Saúde da Família (ESF), já anunciada, virá de encontro à intensificação de buscas ativas e campanhas de promoção, prevenção e recuperação da saúde da mulher, inclusive à população negra e periférica”, destacou Márcio Renei Silva Santos, responsável também pela educação continuada nas unidades da rede básica de saúde.
Membro do comitê de investigação da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites B e C de Santo André, o infectologista Pedro Mendes Lages lembrou que a sífilis, no entanto, não escolhe classe social e que a testagem, ofertada na rede pública, deve ser realizada anualmente. Já a neonatologista Claudia Giolo ressaltou a importância do sexo seguro, do cuidado e da conscientização dos homens, uma vez que algumas mulheres voltam a se infectar devido à resistência de seus parceiros em também buscar tratamento.
Câncer de mama – De forma bem-humorada e musical, o espetáculo educativo “Ou Tu Arrisca, Ou Tu Si Toca”, apresentado no auditório do CHM, alertou e sensibilizou o público, o feminino em especial, a respeito do câncer de mama, o mais comum entre as mulheres em todo o mundo. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo da doença é o responsável por aproximadamente 28% dos diagnósticos oncológicos no público feminino.
“A prevenção está nos hábitos saudáveis e nas escolhas que fazemos em prol da saúde. Isso é muito importante, além das estratégias de cuidado que vêm sendo colocadas em prática numa ponta da rede de saúde andreense, por meio da oferta de exames preventivos e de informação nas unidades básicas e comunidades. Isso evitará que as mulheres cheguem ao sistema pela outra ponta, no caso o hospital, já com diagnóstico avançado da doença”, reforçou a ginecologista e mastologista Alessandra Nabarro.
Fila Zero – Ao longo do mês, 2,5 mil exames de papanicolau foram realizados por livre demanda nas 34 unidades de saúde do município. Já o Hospital da Mulher ofertou 4 mil exames de mamografia e 3 mil de ultrassom (de mama e transvaginal) dentro do programa Saúde Fila Zero.
(Fotos: Helber Aggio/PSA)
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