ABCPolítica

Morre Raimundo da Cunha Leite, ex-prefeito de São Caetano e ex-deputado federal

galeria_pref_SCS4

O ex-prefeito de São Caetano Raimundo da Cunha Leite morreu neste domingo (23), aos 93 anos em decorrência de problemas respiratórios. Ele governou a cidade de 1977 a 1982. Em seu mandato foi construído o Terminal Rodoviário Nicolau Delic, obra considerada polêmica ao longo de anos pelo endividamento do município.

Nascido em Juazeiro, na Bahia, Raimundo chegou em São Paulo quando tinha 16 anos e se formou advogado pela Faculdade de Direito de Bragança Paulista, no Interior. Em São Caetano, foi diretor do Serviço Municipal de Trânsito e vereador por duas vezes, antes de se candidatar a prefeito (pelo MDB) – cargo que deixou para concorrer a deputado federal (foi eleito em 1982).

Foi também diretor do jornal Folha de São Caetano e passou pelos partidos PTB e PTN. Em 1966, ajudou a fundar o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em 1964, e ocupou por dois anos a presidência do diretório de São Caetano.

Com o fim do bipartidarismo, em novembro de 1979, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação que sucedeu o MDB. O então prefeito foi o primeiro presidente do diretório municipal do partido.

Como deputado federal por São Paulo, em 1984, votou a favor da emenda que propunha o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República em novembro daquele ano. Como a emenda não atingiu o número suficiente de votos para ser aprovada e encaminhada ao Senado, Raimundo votou em Tancredo Neves (que morreu em 1985, sem assumir), candidato oposicionista que foi eleito novo presidente da República pela Aliança Democrática, da qual o PMDB fazia parte.

raimundo da cunha leite

Raimundo da Cunha Leite em registro da Tribuna do ABCD

Em 1986, Raimundo tentou nova vaga na Câmara dos Deputados, mas não conseguiu se reeleger, passando a ocupar cargos no governo de Orestes Quércia, em São Paulo, entre os anos de 1987 e 1990.
Em 1992, voltou a presidir o diretório do PMDB de São Caetano, permanecendo no cargo até 1995, quando se afastou definitivamente da vida pública.

Raimundo se casou com Maria Dulce Cerqueira Leite, com quem teve três filhos: Mara Cerqueira Leite, Luiz Antonio Cerqueira Leite e Eduardo Cerqueira Leite. Ele estava internado no Hospital Municipal Maria Braido. O velório será realizado a partir das 08h desta segunda-feira (24), na ABCEL (avenida presidente Kennedy), e o enterro está marcado para às 16h, no Cemitério da Saudade, no Bairro Cerâmica.

A morte de Raimundo da Cunha Leite repercutiu no meio político de São Caetano. O atual prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) deixou as divergências com o PMDB de lado e publicou em sua rede social “Raimundo da Cunha Leite construiu um legado e, com respeito e dor, presto minhas condolências e homenagens a quem deixou sua marca e contribuição para nosso município“.

O ex-prefeito Raimundo da Cunha Leite teve uma carreira política notória e fez amigos por onde passou. Será lembrado com admiração por todos que o conheceram. Que a Divina Misericórdia o acolha“, publicou o vereador Chico Bento (PP).

(Foto Principal: Galeria de Prefeitos de São Caetano do Sul)

Leia também:

Carreira de Jerry Adriani, que morreu neste domingo, começou em São Caetano do Sul

 

 

 

COMPARTILHAR: