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“Ministério trabalhará numa política permanente de valorização do salário mínimo”, diz Luiz Marinho

LUIZ MARINHO

Ministro do Trabalho e Emprego afirma que vai priorizar a capacitação da juventude, o combate ao trabalho infantil e ao trabalho análogo à escravidão

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou nesta terça-feira (03) da transmissão de cargo em solenidade realizada em Brasília. Em seu discurso, ele adiantou que a pasta trabalhará “em um curto espaço de tempo” numa proposta para uma política de valorização permanente do salário mínimo, que deverá ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser submetida à apreciação do Congresso Nacional.

Segundo Marinho, o Ministério trabalhará na construção de legislação que modernize o sistema sindical e de relações de trabalho, atuará na valorização do diálogo social e da negociação coletiva e acelerará o processo de regulamentação da Convenção 151, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garante e viabiliza o direito de negociação coletiva para todos os servidores públicos de municípios, Estado e da União. “É hora de olhar para frente e começar a promover transformações”, afirmou o ministro.

Ele antecipou ainda que a pasta estará focada na melhoria das condições de vida e trabalho dos brasileiros e que dará atenção especial ao combate à exploração do trabalho infantil, ao trabalho análogo à escravidão e ao tráfico de pessoas. Marinho citou, também como prioridades, a busca pelo fortalecimento da qualificação profissional, a atenção à saúde do trabalhador e o foco na juventude. “Seja cuidando da transição escolha-trabalho, seja observando a qualidade dos postos de trabalho destinado aos jovens”, ressaltou.

Desigualdade

Para o ministro, é preciso ainda combater a desigualdade hoje existente no País. “A desigualdade está enraizada no mundo do trabalho. Promover igualdade e condições de trabalho e remuneração entre mulheres, homens, negros e brancos será uma prioridade a ser observada em todas as políticas envolvidas por esse Ministério.”

Em seu discurso, ele ainda prometeu um olhar especial aos informais e aos trabalhadores domésticos. “Trabalhadores e trabalhadoras domésticos e todas as atividades de cuidados terão atenção destacada para que mensalistas e diaristas possam ter acesso ao sistema de proteção compatível com a natureza de suas atividades.”

Para o ministro, o fortalecimento do setor trabalhista no país precisa estar alinhado à melhoria do ambiente econômico. “É através do investimento e da inovação na produção industrial, na agropecuária, no comércio, nos serviços e nas atividades do terceiro setor que vamos criar as condições para a geração de novos e bons empregos e novas formas de proteção social, trabalhista e previdenciária para todos”, enfatizou.

“É com essa visão que atuarei não apenas à frente deste Ministério, mas em toda a Esplanada para fazer com que a agenda do trabalho e emprego seja fortemente incorporada às políticas de desenvolvimento econômico, tecnológico e social”, complementou Marinho.

O evento contou com a presença de parlamentares e diversas autoridades, entre elas o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Confira o áudio do discurso de Marinho na íntegra:

Currículo 

Ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Marinho volta a ser ministro, no governo de Lula, depois ter comandado a mesma pasta entre 2005 e 2007. Ele também foi o titular do Ministério da Previdência Social entre 2007 e 2008.

Nascido em Cosmorama (SP), Marinho deixou o governo federal no final de 2008 para concorrer à prefeitura de São Bernardo, município que comandou por duas ocasiões, de 2009 a 2016. Atualmente, ele preside o diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal nas eleições de outubro.

Marinho é formado em Direito, mas acumula uma longa trajetória como sindicalista e político. Foi nos anos de 1970, como operário da Volkswagen, que iniciou a participação no movimento sindical, que se fortalecia à época na região do Grande ABC.

Em 1996, chegou à presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – o mesmo que, duas décadas antes, foi presidido por Lula. Permaneceu no cargo até 2003, quando assumiu a presidência da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

(Foto: Ricardo Stuckert)

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