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Audiência pública sobre creches em templos e associações religiosas é cancelada em Santo André

andre e dinah

A audiência pública agendada pelo vereador André Scarpino (PSDB) para esta sexta (31), na Câmara de Santo André, foi cancelada. Desde que começou a ser divulgada, a proposta de utilizar espaços em templos e associações religiosas como creches, tema do encontro, tem gerado intenso debate na cidade e nas redes sociais.

Oficialmente, Scarpino fala em adiamento e na necessidade de mais tempo para ouvir a sociedade e os diversos atores envolvidos na questão (pais, educadores, líderes religiosos, movimentos sociais etc.). Nos bastidores, porém, o comentário é que a antecipação do debate desagradou o Executivo.

Primeiro, foi a secretária de Educação, Dinah Zekcer (na foto com Scarpino), do PTB, que declinou do convite para a audiência pública. Na sequência, o prefeito Paulo Serra (PSDB) chamou para si a responsabilidade e solicitou o cancelamento (não se definiu uma nova data ou prazo para que ocorra a audiência), após conversa com Scarpino.

“Meu mandato prima pela participação da sociedade e tenho grande interesse em ouvi-la. O atendimento da demanda por vagas em creches é um dos maiores desafios das políticas educacionais brasileiras. A mobilização da sociedade vai fortalecer a luta pela educação infantil e trará resultados efetivos no aumento da quantidade de vagas e na qualidade do serviço prestado às nossas crianças”, alega o vereador, em seu primeiro mandato.

Na verdade, o projeto é inconstitucional e de responsabilidade do Executivo. Scarpino, com forte atuação no segmento evangélico, pode formular indicação ao prefeito para tratar do assunto. O papel dos profissionais da Educação nesse processo, os custos envolvidos, o perfil das igrejas e o tratamento a questões como a identidade de gênero são alguns dos pontos que têm gerado dúvidas por parte de munícipes.

“Crianças de zero a 03 anos não serão doutrinadas, não haverá ensino religioso. Além disso, convênios não podem ser firmados diretamente com as igrejas, mas com associações religiosas de interesse social”, explica Scarpino.

Não é de hoje, esse tipo de trabalho já é desenvolvido – com sucesso – em Santo André em instituições de cunho espírita.

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