Nos últimos dias ganharam força na cena política do Grande ABC rumores de que Beto Vidoski estaria prestes a deixar o PSDB, após a confirmação de que o prefeito José Auricchio Júnior será o novo presidente da legenda em São Caetano. Em conversa com o blog, nos bastidores, nomes do próprio partido na cidade – e na região -, chegaram a dizer que uma mudança não pode ser descartada, uma vez que o alto comando do tucanato paulista teria dado uma mostra clara de predileção por quem tem hoje o poder nas mãos – no caso Auricchio.
Para quem está fora do jogo político, a ascensão de Auricchio no ninho tucano aparenta uma espécie de “traição” ao histórico de Beto no partido. Tradicionalmente forte em São Caetano em eleições para presidente da República e governador do Estado, o PSDB não tinha um prefeito no município desde Antonio José Dall’anese (1993-1996), que na verdade foi eleito pelo PTB e trocou de partido durante o mandato.
Desempenho
Desde a saída de Dall’anese da Prefeitura, em 1996, a trajetória dos tucanos em eleições para a Câmara Municipal também era pífia: foram dois vereadores eleitos em 96; nenhum em 2000, 2004 e 2008 e apenas um em 2012, o próprio Beto, que na presidência atraiu novos filiados e fez a legenda ganhar corpo. Em 2016, ano da vitória de Auricchio (que viu seu ex-partido, o PTB, apoiar a tentativa de reeleição de Paulo Pinheiro, indicando Jorge Salgado a vice) para o terceiro mandato como prefeito, cinco cadeiras foram conquistadas no Legislativo (uma delas para o irmão de Beto, Eduardo Vidoski).
Procurado pelo blog, na manhã desta terça (03), Beto, que além de vice de Auricchio é secretário de Esporte, Lazer e Juventude de São Caetano, disse que não vem cogitando a saída do ninho tucano, nem mantendo contato com outras legendas. “Não estudo (a saída), não tenho convite de outro partido e não há motivo pelo qual eu possa sair do PSDB agora. Está acontecendo uma mudança na cidade de São Caetano porque eu não quis, não quero e sempre fui muito enfático em dizer que não seria candidato à reeleição para a presidência do partido, seguindo os critérios adotados desde a refundação do PSDB.”
As especulações ganharam força na cidade também devido a um suposto distanciamento entre Beto e Auricchio (que vem circulando cada vez mais com o presidente da Câmara, Pio Mielo, do PMDB). A última da bolsa de apostas é que Beto perderá o cargo de secretário nos próximos dias, algo taxado como boato ou intriga da oposição (ele vai se afastar da Pasta devido a uma licença médica). “Vou me manter na executiva municipal (do PSDB) e não tenho problema nenhum dentro do partido. Não há qualquer motivo para que eu saia”, garantiu o tucano, que também segue negando qualquer problema de relacionamento com o prefeito.
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