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Teatro Conchita de Moraes renasce no aniversário de Santo André

2 - Conchita de Mores - Foto - JP Drone (1)

Modernizado, equipamento cultural volta a funcionar após nove anos sem espetáculos, no dia em que a cidade completa 470 anos

No dia em que completou 470 anos, Santo André recebeu de volta um dos mais importantes equipamentos da história cultural da cidade. O Teatro Conchita de Moraes, localizado na Praça Rui Barbosa, no bairro Santa Terezinha, foi reinaugurado neste sábado (08), após nove anos sem receber espetáculos.

“A entrega deste teatro tem um simbolismo muito forte, representa o resgate de mais um equipamento cultural que correu o risco de desaparecer e que agora passa a fazer parte da história das novas gerações. Tem um significado ainda maior por ser uma inauguração no segundo subdistrito, que está cada vez mais integrado com as demais regiões do município por meio dos investimentos que estamos realizando”, afirmou o prefeito Paulo Serra (PSDB).

O teatro passou por completa reforma, com intervenções no telhado, banheiros, instalações elétricas e hidráulicas. Também ocorreu a readequação do hall principal e da fachada, que foi contemplada por um grafite assinado pelo artista andreense Léo Araújo.

Foram ainda instaladas 215 novas poltronas, além de dois espaços para cadeirantes. Acessibilidade, inclusive, foi um dos pontos principais deste novo Conchita de Moraes, contemplado com rampas, dois elevadores, banheiros e vestiários para pessoas com deficiência.

13 - Conchita de Moraes - Foto - Helber Aggio_PSA (27)

Sala de espetáculos com 215 novas poltronas

Emocionada, a secretária de Cultura de Santo André, Simone Zárate, celebrou o resgate do teatro e relembrou sua ligação com o local. “Lembro do Conchita de Moraes desde quando eu era criança, vinha assistir teatro estudantil em que meu irmão participava. Anos depois também pisei nesse palco e, como funcionária da Prefeitura de Santo André, acompanhei toda a trajetória deste equipamento”, contou.

Elisabete Barbosa Lucas, que trabalhou por 33 anos no Teatro Conchita de Moraes, foi homenageada na cerimônia. “Só tenho a agradecer a Prefeitura de Santo André, que me acolheu durante esse período. Fiquei muito contente de trabalhar aqui, muito obrigado”, disse Dona Bete, como é carinhosamente conhecida.

9 - Conchita de Moraes (homenagem a Dona Bete) - Foto - Eduardo Merlino_PSA (6)

Homenagem à Dona Bete: 33 anos de Conchita de Moraes

Histórico

Criado pelo Governo do Estado de São Paulo em 1959, o Teatro Conchita de Moraes foi inicialmente erguido para ser o auditório da escola estadual existente no mesmo quarteirão. Em 1963, em convênio com a Prefeitura, o teatro acolhe o festival de teatro amador de Santo André. Em 1970 começa a ser administrado pelo município, que passa a utilizá-lo como um dos espaços teatrais da cidade.

O equipamento cultural homenageia em seu nome María de la Concepción Álvarez Bernard (1885-1962), conhecida como Conchita de Moraes, atriz cubana radicada no Brasil, que era mãe da também atriz Dulcina de Moraes (1908-1996). Participou de alguns filmes, como “24 Horas de Sonho”, “Pureza, O Bobo do Rei”, “O Grito da Mocidade”, “Bombonzinho”, “Bonequinha de Seda” e “Amor Perdição”.

Grafite

Do Jardim Alvorada diretamente para a fachada do Conchita de Moraes. Essa é a trajetória do artista andreense Léo Araújo, que embelezou a modernizada estrutura do teatro com sua obra, denominada “Raiz”, que foi selecionada via edital promovido e organizado pela Secretaria de Cultura.

11 - Conchita de Mores - Foto - JP Drone (3)

Fachada do teatro reinaugurado com grafite de artista andreense

“Com a realidade da maioria dos bairros periféricos do Estado, onde os moradores têm pouco ou nenhum acesso a arte e cultura, poder levar um trabalho com essa proporção e representatividade, vai além do que está no muro. Meu papel aqui é colocar na imagem dessa raiz, a representatividade que o Teatro Conchita de Moraes tem na vida de quem veio a fazer parte no decorrer dessa história, e que carrega em si a força da arte, de outros tempos e vidas, habitando, resistindo, fincando raízes e sendo possível ao lado do lúdico, do que não é palpável, mas também está ali, movimentando e mostrando uma outra realidade”, disse o artista.

Programação

A reinauguração do Teatro Conchita de Moraes contou com extensa programação, que incluiu cortejos do Núcleo de Tambores da Escola Livre de Teatro, Grupo de Maracatu e Mulheres do ABC, além de apresentações do Núcleo VRAAA, da Cia Mungunzá (em parceria com o Sesc), e do Teatro de Lambe-Lambe da Cia Fuxico de Teatro. A atração de encerramento foi o espetáculo “Ítaca”, com o artista circense Thiago Andreuccetti (ex-Cirque du Soleil).

Quem esteve na reinauguração ainda pode aproveitar o Festival Multicultural de Santo André, com empreendedores da cidade, acompanhar a exibição de documentário sobre o Teatro Conchita de Moraes (“Conchita de Moraes, Um Lugar de Lugares”, produção da Secretaria de Cultura), desfrutar da projeção de vídeos produzidos pela Escola Livre de Teatro (“Do Lado de Cá do Rio Até o Lado de Lá da Praça: Memoração dos Trinta Anos da ELT”, “Ilha de Desordem” e “Sônica, Poética e Política: Um Canto à Memória da ELT”) e ainda tiveram à disposição as vendas de artesanato e pastéis, fruto de parceria com a Paróquia Santa Terezinha.

(Fotos: JP Drone e Helber Aggio)

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