A cúpula do PSDB decidiu pela expulsão do prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, nesta segunda-feira (23). O motivo seria o apoio a Márcio França (PSB), que em outubro tentará a reeleição para o posto de governador de São Paulo.
França conta ainda com o apoio declarado na região do ABC dos prefeitos de Mauá, Atila Jacomussi, de Ribeirão Pires, Kiko Teixeira – ambos do PSB -, e de Diadema, Lauro Michels (PV). Especula-se também o apoio velado de outro tucano: José Auricchio Júnior, de São Caetano (que, por enquanto, só disse estar com Geraldo Alckmin, do PSDB, para presidente).
Por terem candidatura própria ao governo do Estado (a do ex-prefeito da Capital, João Doria) e à Presidência da República, os tucanos decidiram pela desfiliação de militantes que apoiarem pré-candidatos de outros partidos. Maranhão revelou ainda não ter sido notificado da decisão e criticou: “Isso será feito com todos os membros do PSDB que estão no governo estadual e que vão apoiar o governador Márcio França?”. O novo secretário estadual de Educação, João Cury Neto, também foi expulso.
Não é a primeira vez que o chefe do Executivo de Rio Grande da Serra se envolve em polêmica dentro do PSDB. Em 2014, após um aporte de R$ 41 milhões do governo federal para obras de mobilidade urbana, Maranhão manifestou apoio à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A legenda tinha Aécio Neves como candidato.
Regionalidade
O episódio que envolve Maranhão revela não só a falta de unidade no ninho tucano em torno do nome de Doria para fazer frente a França (importante aliado e ex-vice de Alckmin que esperava o PSDB em sua base na tentativa de permanecer no Palácio dos Bandeirantes) como também a falta de sintonia entre os prefeitos da região. Um exemplo é o hoje combalido Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.
A entidade já não conta mais com a presença de Diadema. São Caetano iniciou nas últimas semanas movimento que pode significar o distanciamento (o cancelamento de repasse mensal). Mauá, cogita-se, poderia seguir no mesmo caminho – e agora Rio Grande. Orlando Morando (PSDB), chefe do Executivo de São Bernardo, é o atual presidente do Consórcio, tendo Paulo Serra (PSDB), de Santo André – com quem estaria mais alinhado -, como vice.
Maranhão chamou França de “Márcio Lealdade” e garantiu que declarar apoio ao atual governador seria inevitável. “Ele é muito leal ao ex-governador Alckmin, a sua política. Era a melhor decisão a tomar e não me arrependo em momento nenhum”, afirmou o prefeito, que já estaria com sua ficha de filiação ao PSB pronta. Aguardemos!
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