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Pilar do Sul: Miguel Guedes é carta fora do baralho?

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Nome do vereador não está totalmente descartado numa secretaria do governo de Clayton Machado

Embora tenha promovido uma live nas redes sociais, nesta quarta-feira (16), para tratar de seu futuro e afirmar que está fora do cenário político pilarense, o vereador Miguel Guedes de Carvalho (PSB) ainda tem seu nome ventilado na equipe do prefeito eleito Clayton Machado (Republicanos), que teve 43,12% dos votos válidos. Conforme apurado pelo Blog do Baena, o parlamentar não estaria totalmente descartado para compor o primeiro escalão do futuro governo (2025-2028), sendo cogitado para a Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (Sedruma).

O futuro chefe do Executivo, no entanto, faz questão de deixar claro que o anúncio de seu secretariado vai passar pela validação do grupo político que apoiou sua candidatura e traçou o planejamento de sua campanha ao Paço Municipal de Pilar do Sul. “Não defini nenhum secretário, nem estou conversando sobre isso ainda. Não será uma decisão isolada, mas de consenso”, explicou Clayton.

O prefeito eleito retornou a Pilar nesta quarta (16) após viagem de seis dias pelo Litoral Norte de São Paulo para descansar com a família. Segundo apuração, os titulares da pasta de Cultura e Turismo, além de Segurança, já estariam bem encaminhados, praticamente definidos.

Para pessoas do meio político da cidade ouvidas pelo blog, a live de Miguel Guedes foi uma atitude “precipitada”. Numa análise geral, faltou o entendimento de que em política é preciso recuar em alguns momentos para depois avançar, conforme as oportunidades.

Entenda

Segundo vereador mais votado de Pilar do Sul na eleição do último dia 03, com 548 votos, Miguel Guedes não conseguiu se reeleger. Sua legenda, o PSB, que deu sustentação à campanha majoritária vitoriosa, não atingiu o quociente eleitoral para obter uma cadeira no Legislativo.

Antes de deixar o PSDB e ingressar no PSB, o vereador tentou emplacar seu nome, sem sucesso, como candidato a vice de Beto Jordão (PSD), segundo colocado(38,26%). Sem espaço no ninho tucano, do ex-prefeito Luiz Henrique de Carvalho – que indicou o advogado Zé Francisco para compor chapa com Jordão -, Guedes ainda procurou o MDB, que acabou coligado com PSD e PSDB.

Com postura crítica à atual gestão muncipal, o vereador teve seu mandato suspenso por 45 dias (de 04 de setembro a 18 de outubro) pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, após articulação da base aliada do prefeito Marquinho da Autoescola (União Brasil). Em fim de mandato, o chefe do Executivo, fechou aliança com o PL nestas eleições e indicou Luci da Paineira a vice de Paulinho da Cadeira de Rodas, terceiro colocado (18,61%).

Insatisfeito com os últimos acontecimentos, Miguel Guedes abriu live no Facebook. Durante a transmissão, leu trechos bíblicos, falou em traição e sobre como tocará os últimos dias de seu mandato – que incluirão a análise do orçamento municipal para 2025 (de R$ 150 milhões) e a destinação de recursos (emenda impositiva do vereador) para saúde (R$ 75 mil) e iluminação pública (R$ 75 mil).

“Saio da política muito honrado, de maneira decente e com votação muito boa. Fiz muito pelas pessoas, mas minha carreira política acabou em Pilar do Sul, talvez para sempre. O povo queria meu nome, pelo menos, como vice-prefeito, mas não terei inimizades por causa de política”, declarou, sem deixar transparecer mágoas, aparentemente, com figurões do xadrez político local, como o ex-prefeito Luiz Henrique (PSDB), o empresário Angelo Paiotti (MDB), o ex-vereador e atual vice-prefeito Marcos Fábio (PDT), rompido com Marquinho da Autoescola, além do vereador eleito Cal da Loja de Moto (PSD).

Janela para transferência partidária

Ligado à proteção animal, Guedes lamentou a ausência de um vereador engajado com a causa na próxima legislatura. Com passagens por PDT, PP e PSDB, após o flerte com outras legendas, argumentou que preferia ter se filiado ao Podemos (da vice-prefeita eleita Elaine do Posto de Saúde) – que também não elegeu vereadores (o mais votado, Valdeci Coeio, teve 261 votos). Como o partido já estava com a chapa proporcional formada, restou o PSB.

“Eu escolhi vir com o Clayton, fiz discursos contra a velha política, mas não negociei nada com o Clayton”, garantiu. Minutos depois, porém, deu a entender que almeja, sim, uma secretaria (ou entra como secretário ou não procura mais o futuro prefeito, destacou ao vivo). “Tenho formações técnicas e nível superior, mas vou tomar outros rumos na minha vida”, finalizou.

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