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Número de infectados por Covid-19 pode aumentar até 80% após a realização de festas

Interdição baile funk (3)

Empresa testou mais de 36 mil pessoas da mesma cidade pelo método PCR e constatou que número de testes positivos passa de 20% para 37% do total no período posterior aos eventos

Eventos sociais como festas, em que as pessoas relaxam os cuidados e a prevenção contra a Covid-19, têm um impacto muito grande na disseminação do novo coronavírus. É o que demonstram as estatísticas com base em dados de testagem em massa da população.

“Constatamos que o índice de pessoas que apresentam o vírus Sars-CoV-2 quase chega a duplicar nos dias posteriores à realização de eventos, com o número de positivos passando de 20% para 37% do total”, relata a médica Alexandra Reis, diretora Científica da Testes Moleculares. A empresa já realizou mais de 36 mil testes, em parceria com a Prefeitura de Parauapebas, no Pará, e com o apoio do setor privado.

Segundo a diretora, a disseminação acaba tendo um impacto geral junto à população e o número de contaminados multiplica-se rapidamente. No caso de Parauapebas, por ser uma cidade com cerca de 200 mil habitantes – faixa semelhante a de municípios da Grande São Paulo como Cotia, Itapevi, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Itapecerica da Serra e São Caetano do Sul -, foi possível cruzar as informações relativas a festas, que são compartilhadas pelas redes sociais, ao aumento do número de contaminados.

“O fato de estarmos realizando os testes pelo método RT-PCR, que detecta o vírus desde o primeiro dia, permite identificar a contaminação a partir do momento em que ela ocorre”, destaca. “Com a testagem em massa, principalmente em localidades menores, é possível identificar o caminho que o vírus percorre e até mesmo como o comportamento das pessoas influencia nessa disseminação”, acrescenta.

A médica alerta que um grande risco é a contaminação por assintomáticos. “Como muitas pessoas acham que não são transmissoras, pois não têm sintomas, isso pode ser um sinal verde para que assintomáticos relaxem quanto à prevenção e contribuam para que a pandemia siga em ritmo galopante, principalmente no momento em que o Brasil atinge mais de 2 milhões de contaminados.”

De acordo com publicações científicas, até 41% da população podem estar infectados e ser assintomáticos. “Por isso, é fundamental a testagem em massa, e pelo método PCR, para que seja possível identificar as pessoas portadoras do vírus e isolá-las, pois esta é a única forma do País ter um controle epidemiológico”, conclui Alexandra.

A  Testes Moleculares está à frente do maior programa de testagem em massa pelo método PCR molecular em andamento realizado em um único município, com previsão de testar metade dos moradores do local. No caso de Parauapebas, a testagem em massa já atingiu 15% da população.

Combate a aglomerações em Santo André

Em Santo André, no Grande ABC, a Operação Comércio Responsável, realizada pela Prefeitura, flagrou a realização de um baile funk na madrugada do último dia 18, em um imóvel localizado na rua Visconde de Mauá, na Vila Assunção. Cerca de 200 pessoas estavam aglomeradas no evento, sem máscaras e desrespeitando o distanciamento social.

Após determinação da GCM, o evento foi interrompido imediatamente. A ocorrência foi registrada no 1° Distrito Policial de Santo André como periclitação da vida e da saúde. O promotor e responsável pela festa foi levado à delegacia, assinou termo circunstanciado e será encaminhado ao Juizado Especial Criminal.

Operação Comércio Responsável de Santo André interrompeu baile funk na Vila Assunção; evento ocorria de forma ilegal e com aglomeração de cerca de 200 pessoas, sem uso de máscara

Dias antes, seis estabelecimentos foram interditados durante ações de fiscalização da Operação Comércio Responsável. Os locais foram flagrados descumprindo as regras de prevenção contra o novo coronavírus por equipes que percorreram corredores comerciais e núcleos da cidade para fiscalizar o cumprimento do decreto que estabelece normas para o funcionamento de bares e restaurantes durante a fase amarela da flexibilização da quarentena no município.

As interdições ocorreram em comércios do Centro, Jardim Marek, Vila Alto Santo André e Parque Erasmo Assunção. Em um dos casos, o estabelecimento Downtown SA foi lacrado e recebeu Auto de Infração Ambiental (equivalente a multa), lavrado pela equipe de Fiscalização Ambiental do SEMASA por ruído acima do permitido, no valor de 300 FMPs (R$ 1.239,18). O local foi flagrado em desrespeito ao horário de funcionamento e também já era reincidente em reclamações por barulho.

Os outros cinco estabelecimentos interditados apresentavam aglomeração de pessoas, em desacordo com as determinações vigentes e de segurança para evitar o contágio pelo novo coronavírus. Além disso, a Fiscalização Ambiental da autarquia também advertiu três bares – dois no Centro e um no Jardim Santo André – por barulho excessivo. Já os núcleos que receberam as operações foram Cata Preta, Sítio dos Vianas, Cruzado, Alzira Franco, Tamarutaca, Sacadura Cabral, Ciganos e Pintassilva.

As ações de fiscalização da Operação Comércio Responsável são realizadas pelo Departamento de Controle Urbano, SEMASA (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Guarda Civil Municipal e polícias Militar e Civil. Divididas em quatro equipes, as patrulhas ocorrem diariamente como sensibilização aos donos de estabelecimentos e clientes para a adoção das medidas de segurança.

Operação Comércio Responsável de Santo André ainda interditou seis estabelecimentos por aglomeração; Fiscalização Ambiental também realizou quatro autuações por ruído excessivo

“Estamos intensificando as ações de fiscalização para garantir o respeito às regras de prevenção contra o coronavírus e trazer tranquilidade para a população. As forças policiais da cidade estão unidas num trabalho que vem sendo valorizado e qualificado para oferecer um serviço público cada vez mais eficiente”, afirmou o prefeito Paulo Serra. (PSDB)

Excessos não têm sido tolerados, podendo acarretar em emissão de penalidades, inclusive nos casos de grandes aglomerações e som excessivo.

(Fotos: Angelo Baima / PSA)

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