Kits de higiene menstrual estão disponíveis para rede de ensino Fundamental e Médio e poderão ser entregues para que alunas em situação de vulnerabilidade social possam levá-los para casa 

Nesta terça-feira (08), O Dia Internacional da Mulher foi celebrado com ações de cidadania e cuidado na rede de Educação de São Caetano do Sul. Em evento realizado na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Luiz Olinto Tortorello, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) anunciou a distribuição de absorventes para as escolas municipais.

Para a organização dos kits de higiene menstrual – já disponíveis nas escolas de Ensino Fundamental e Médio – a SEEDUC adquiriu 1.700 pacotes de absorventes e outras compras serão feitas de acordo com a necessidade. “As escolas podem reforçar essa cesta com lenço umedecido, desodorante e outros itens, conforme a realidade identificada em cada unidade”, explicou a secretária de Educação, Minéa Fratelli. Os kits ainda poderão ser entregues para que alunas em situação de vulnerabilidade social possam levá-los para casa.

Aula: prefeito Auricchio, que é médico, falou às alunas sobre o aparelho reprodutor feminino e declarou compromisso com a oferta de produtos de higiene íntima às mulheres da cidade

“Queremos garantir que vocês tenham condições adequadas para frequentar a escola todos os dias do ano”, disse Auricchio, que deu aula, na qualidade de médico, às alunas do 9º ano sobre o aparelho reprodutor feminino. “O poder público assume o compromisso de ofertar produtos de higiene às mulheres da cidade, a começar pelas estudantes da rede de ensino”, completou o prefeito.

Evasão escolar

O evento contou com palestra proferida pela educadora Márcia Andréa Bonifácio, especialista em educação inclusiva e coordenadora do NAAPA (Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem) da Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo. Ela respondeu perguntas das alunas e abordou questões relacionadas a direitos sexuais e reprodutivos, incluindo o que se convencionou chamar de “pobreza menstrual”.

Pobreza ou precariedade menstrual é o termo que descreve a falta de acesso de meninas, mulheres e homens trans a produtos básicos de higiene no período da menstruação. Segundo pesquisa divulgada em 2021, uma em cada quatro adolescentes no Brasil não tem acesso a absorvente durante o período menstrual e acabam recorrendo a alternativas que põem a saúde em risco, como panos velhos, folhas de jornais e até miolo de pão.

Palestrante Márcia Bonifácio tirou dúvidas de alunas do 9º ano do Ensino Fundamental sobre temas como pobreza menstrual

Auricchio com a diretora da EMEF Luiz Olinto Tortorello, Marselli Gonçalves, e a secretária de Educação de São Caetano, Minéa Fratelli

Embora a higiene menstrual seja um direito reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2014, a pesquisa também apontou que, devido à falta de acesso a produtos de higiene, meninas e adolescentes chegam a perder até 45 dias de aula a cada ano letivo.

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