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Endemol firma acordo com Prefeitura de São Bernardo e reativa estúdios Vera Cruz

vera cruz

Os galpões da companhia cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo, voltarão a produzir entretenimento. O primeiro passo foi dado com a assinatura de um acordo entre a Endemol Shine Brasil e a Prefeitura de São Bernardo, que já passa a vigorar neste mês de setembro.

A produtora – de origem holandesa e com mais de 2.000 formatos licenciados no catálogo, entre ficção e reality shows (como “Big Brother”, “Um Contra Todos” e “Extreme Makeover”) – está criando no local seu primeiro centro de produção internacional. O pavilhão, que vinha sendo usado para a realização de feiras e eventos, vai abrigar nos próximos meses as gravações da versão latino-americana do game “The Wall”, para Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai. Atualmente, o programa é lider de audiência nos Estados Unidos, pela rede NBC.

A novidade foi transmitida pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), nesta terça (12). “Tivemos o privilégio de ter aqui na cidade a história do estúdio Vera Cruz, famoso por impulsionar o legado do cinema brasileiro. Cabe ao gestor público trabalhar por essa preservação.” Em maio deste ano, a Prefeitura retomou a administração do espaço, que estava sob concessão da Telem SA, após contrato firmado pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT), visando a revitalização dos galpões – o que não ocorreu.

Prefeito Orlando Morando e equipe anunciam a novidade, após assinatura de acordo para a reativação do complexo de estúdios

Pelo modelo adotado pela atual gestão da cidade, o Vera Cruz passa a ser responsabilidade da Secretaria de Comunicação, chefiada por Thais Santiago. Até o momento, estava na pasta de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, a cargo de Hiroyuki Minami. O contrato de locação de um dos pavilhões do Vera Cruz com a produtora é de R$ 313 mil por 90 dias.

“Estamos muito felizes em sermos a empresa responsável pela reativação para entretenimento dos estúdios Vera Cruz, local que faz parte da história da indústria audiovisual brasileira, ainda mais trazendo um formato tão grandioso como é o ‘The Wall'”, explica Juliana Algañaraz, diretora geral da Endemol Shine Brasil.

Segundo João Cardia, diretor de produção da Endemol Shine Brasil, a grandiosidade do local foi determinante para a parceria. “O formato precisava de uma estrutura que comportasse cenários de mais de 13 metros de altura. Com o acordo com a Prefeitura para a utilização do pavilhão, conseguimos colocar o Brasil no mapa das produções internacionais do formato.” Além da TV norte-americana, o programa é um fenômeno de audiência na Espanha, Alemanha, França e no Canadá.

A Prefeitura prevê significativos impactos no setor econômico, a partir da recepção de profissionais do novo núcleo de entretenimento (são mais de 150 envolvidos com a atração) pelas cadeias hoteleira, gastronômica e comercial do município. A movimentação no local por conta do “The Wall”, aliás, já começou. Outra expectativa é com relação ao potencial para atrair visitantes ao complexo. De acordo com os representantes da Endemol Shine, a versão brasileira do game show está em fase de negociação.

The Wall

No formato original, uma dupla de jogadores enfrenta o gigantesco muro de quatro andares e um jogo de perguntas e respostas. Na primeira rodada, se os competidores responderem corretamente a uma questão, a bola fica verde e cai aleatoriamente pela parede em direção a canaletas com diferentes valores em dinheiro. Em caso de erro, a bola fica vermelha e deduz o valor acumulado pela equipe da canaleta em que cair.

Formato original da norte-americana NBC, “The Wall” é licenciado pela Endemol Shine, empresa presente em mais de 30 países

Na segunda rodada a dupla é dividida: um integrante é isolado em uma cabine e o outro permanece no muro. A partir daí, eles precisam adivinhar se a resposta do parceiro está correta ou não. Na rodada final, o jogador isolado deve escolher entre assinar um contrato por uma quantia fixa ou apostar na quantia já acumulada pela equipe.

O Vera Cruz

Inaugurado em 1949, pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo industrial Francisco Matarazzo Sobrinho (o Ciccillo Matarazzo), teve seu auge até 1954, quando realizou 22 filmes de curta, média e longa-metragem. O estúdio foi reconhecido internacionalmente com o filme “O Cangaceiro” (1953), dirigido por Lima Barreto e premiado no Festival de Cannes.

A companhia ainda serviu de cenário para filmes como “Painel” (1950), “Santuário” (1950), “Tico-Tico no Fubá”(1952), “Sinhá Moça” (1953) e “É Proibido Beijar” (1954). Atores como Mazzaropi, Tônia Carrero, Anselmo Duarte, Paulo Autran, Cleyde Yáconis e Jardel Filho se destacaram nas produções cinematográficas da Vera Cruz, que fechou depois de cinco anos de funcionamento.

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