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Ação solidária se adapta aos tempos de pandemia

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Projeto “Sonho em Ação” troca eventos presenciais por arrecadação online para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social

Criado em 1995, o projeto “Sonho em Ação”, assim como ocorre atualmente com diversas iniciativas sociais, precisou se adaptar aos tempos de pandemia do novo coronavírus. Com isso, os eventos presenciais de arrecadação para beneficiar pessoas em situação de vulnerabilidade social cederam lugar à vaquinha  virtual.

Milene Deranian, que idealizou a ação solidária quando tinha apenas 16 anos, lembra que o foco do “Sonho em Ação” sempre foi a arrecadação de produtos – algo que começou entre familiares, amigos e ganhou abrangência maior com o passar do tempo. Só que agora foi necessário repensar toda a logística, tanto de coleta quanto de doações, para seguir ajudando a quem precisa sem expor os colaboradores e a própria família.

“O bom senso nos impede de estar em vários lugares e achei melhor não fomentar a circulação dos colaboradores para fazer as doações. Como os pontos de coleta são as casas de familiares, também achei por bem ficar quietinha por uns 15 dias e proteger a todos”, conta a idealizadora.

Cuidados

Mas o momento delicado, que acomete socialmente e financeiramente milhares de brasileiros, a fez repensar a estratégia. “Não dava para ficar de braços cruzados e decidi lançar mão da vaquinha solidária”, explica. Após divulgação – e garantindo a proteção de todos -, já foi possível ajudar muita gente.

Milene Deranian, idealizadora do “Sonho em Ação”, durante compra de produtos para doação com os recursos arrecadados virtualmente

Segundo Milene, cestas básicas, leite, achocolatado, bolachas e produtos de limpeza foram doados neste período para 30 famílias assistidas pela Pastoral da Criança da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, do Bairro São José, em São Caetano do Sul, e para 50 famílias da comunidade Jardim das Rosas, na Zona Leste de São Paulo.

Em Santo André, foi garantida mistura para 600 refeições preparadas pelo Grupo Anjos da Sopa e distribuídas nas ruas. Famílias assistidas pelo projeto Maria Maria – grande parte de haitianos e moradores da região de Utinga – receberam leite, bolacha, enlatados (sardinha e milho), macarrão e molho de tomates, além de fraldas infantis e kits de higiene (com sabonete, pasta de dente, absorvente, detergente e água sanitária).

Para o Grupo Rainha da Paz, da Casa de Apoio Vida Divina, que acolhe crianças de outros estados em tratamento contra o câncer, em Ermelino Matarazzo, na Capital, foram doados detergentes. “Estes são destinos já definidos, mas sigo em contato com outras instituições e líderes comunitários que acredito ser possível abraçar com as doações identificadas até o momento”, revela Milene.

Início

O projeto encabeçado por Milene, que é de São Caetano, começou com a arrecadação de sacolinhas de Natal entre familiares. Algo sem muita pretensão passou a mobilizar cada vez mais gente em períodos sazonais e datas comemorativas. De uns anos pra cá foram diversas ações solidárias com o envio de produtos de higiene até para a África do Sul.

As propostas presenciais de arrecadação, como bingos beneficentes e jogos de futebol solidários, porém, estão fora de cogitação enquanto o fantasma da Covid-19 assombrar a sociedade. “Sei que sozinha nada disso seria possível. A ação de amigos e voluntários é que permite a realização deste sonho e que possamos entrar em ação.”

Virtual

A arrecadação online segue ativa e o projeto “Sonho em Ação” possui uma página no Facebook para mais informações. “Nosso objetivo é fazer o bem e minimizar a injustiça social, fomentando a solidariedade em nossa sociedade. Levamos muito mais que produtos e alimento. Distribuímos esperança e promovemos dignidade. O amor é multiplicado no coração de cada um que doa e que recebe”, conclui Milene.

(Fotos: Divulgação)

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