Depois que o empresário Joesley Batista, da JBS, decidiu processar políticos, jornalistas e apresentadores de TV que o xingaram publicamente, uma lista de nomes vem sendo elaborada por uma equipe de advogados. A novidade é que o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) deve integrar o rol dos processados.
Em entrevista à Folha de São Paulo, na última sexta-feira (21), Morando foi questionado se a imagem de seu partido não fica prejudicada, após os escândalos envolvendo o senador tucano Aécio Neves, e respondeu: “Você acha que o Aécio não está pagando o preço desse erro da conversa com aquela dupla de bandidos da família Batista?”, referindo-se a Joesley e seu irmão Wesley.
Na véspera da declaração de Morando, na mesma Folha de São Paulo, a colunista Mônica Bergamo publicou que as indenizações que ganhar, Joesley pretende destinar a uma instituição de caridade. Um nome encabeçaria a relação dos que serão acionados judicialmente: o do presidente Michel Temer, do PMDB.
Assim como o prefeito de São Bernardo, Temer já chamou Joesley de “bandido confesso” e seus assessores de “capangas”. O levantamento das críticas ao dono da JBS contaria com mais de 20 pessoas na mira.
O blog entrou em contato com o escritório do advogado Pierpaolo Bottini, que representa os irmãos Batista. A única informação passada, por telefone, foi a de que alguns interesses dos empresários são defendidos por profissionais da equipe, mas que seria preciso checar se essas ações de crime contra a honra (injúria, calúnia e difamação) também estariam contempladas. O advogado, no entanto, não retornou.
Ciente do conteúdo da entrevista de Morando – sob o título “Acéfalo, o PSDB envergonha, afirma prefeito tucano” (com críticas à permanência do partido no governo Temer após a delação dos irmãos Batista) -, a assessoria da JBS também foi procurada. Os assessores se limitaram a dizer que “a empresa não vai comentar esse assunto”.
Defensores de Joesley e Wesley entendem que, após a delação, Joesley passou da condição de criminoso para a de cidadão em dia com a Justiça. Inclusive, como testemunha protegida pelo Estado. O prefeito de São Bernardo passou esta terça-feira (25) em Brasília, onde esteve reunido com o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
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