Trajeto entre os municípios da região do ABC e a Capital poderá ser percorrido em 40 minutos, na modalidade expressa
O Governo do Estado anunciou, nesta quinta-feira (24), em ato simbólico, o início das obras da linha de BRT (Bus Rapid Transit) que deve ligar o Grande ABC à Capital. A linha terá 18 quilômetros de via expressa, com 20 paradas, três terminais e uma frota de 82 ônibus elétricos, com ar-condicionado, silenciosos e não poluentes, articulados, com 23 metros.
Durante a cerimônia, realizada no Terminal São Bernardo da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), o governador João Doria (PSDB) destacou que o novo modal trará conforto, segurança e agilidade para a população do Grande ABC. “Estamos dando início ao BRT-ABC, o primeiro do Estado de São Paulo e o mais moderno do Brasil, com 100% de investimento privado”, afirmou.
O Transporte Rápido por Ônibus (em português) prevê conectar, via corredor exclusivo, os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul a São Paulo. O sistema se interligará ainda a CPTM, Metrô, Expresso Tiradentes, linhas da SPtrans e ao Corredor ABD.
Na Estação Tamanduateí, o passageiro terá a opção de acessar a Linha 2-Verde do Metrô ou a Linha 10-Turquesa da CPTM. A partir daí, seguir até a Estação Sacomã, integrando também ao Expresso Tiradentes.
De ponta a ponta, o trajeto entre os municípios do Grande ABC e a Capital poderá ser percorrido em 40 minutos, na modalidade expressa. Além do bilhete expresso que dará a opção de o passageiro fazer menos paradas, haverá duas outras opções, tradicional e semiexpressa.
Trajeto
Pelo projeto, o trajeto terá início no Terminal São Bernardo da EMTU e passará por importantes vias da região, entre elas as avenidas Aldino Pinotti, Lauro Gomes e Guido Aliberti, com acesso à Fundação do ABC e ao Instituto Mauá de Tecnologia. Já na capital paulista, a viagem seguirá pelas avenidas Almirante Delamare e Presidente Wilson, com acesso ao Terminal Tamanduateí, e pela rua das Juntas Provisórias, com destino à Estação Sacomã.
O secretário-executivo do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Acacio Miranda, ressaltou a importância do novo modal para as sete cidades. “Havia grande expectativa, pois é uma obra que trará novas ligações entre o Grande ABC, o Metrô e a CPTM, beneficiando a população das sete cidades.”
O BRT-ABC foi anunciado pelo Governo do Estado aos prefeitos da região em julho de 2019, em reunião articulada pelo Consórcio ABC. Em setembro daquele ano, o então secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, participou de reunião na sede do colegiado de prefeitos para discutir sobre a iniciativa – que substituiu o monotrilho da Linha 18-Bronze do Metrô.
Em maio de 2021, o Governo do Estado reuniu os prefeitos do Grande ABC no Palácio dos Bandeirantes para apresentar o projeto. Naquele mesmo mês, o vice-governador Rodrigo Garcia esteve na região para detalhar o sistema para os prefeitos e secretários de Mobilidade Urbana das sete cidades.
Pendências
Segundo site Metrô CPTM, a concessionária Vem ABC, que tinha o projeto da Linha 18-Bronze pronto, briga judicialmente contra a “resilição unilateral” promovida pelo governador. O intuito é que o Estado pague R$ 1,3 bilhão pela quebra do contrato em 2020, quando a gestão Doria determinou o fim do projeto alegando sua inviabilidade.
Ainda de acordo com o site, o contrato firmado com a Vem ABC não prevê esse tipo de interrupção, apenas se a concessionária não cumprir com suas obrigações. Mas nesse caso o governo não bancou as desapropriações para início das obras, cuja PPP foi estabelecida em 2014.
Em documentos, a Vem ABC acusa o governo Doria de extinguir a Linha 18-Bronze premeditadamente, “com o propósito claro de substituir o modal de monotrilho pelo modal do BRT que, por sua vez, é um projeto desenvolvido sob medida para atuação de uma única empresa e para atender aos seus interesses, e não em razão de qualquer justificativa técnica ou econômica robusta evidenciando a vantajosidade dessa troca”.
Há processos pendentes na justiça e no Tribunal de Contas envolvendo as obras do BRT-ABC. O projeto, bancado pela empresa Metra, depende ainda de licenciamentos ambientais e de desapropriações, que ainda não foram tornadas públicas.
(Foto Mapa BRT-ABC: Divulgação/EMTU)
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