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Ações na gestão de resíduos sólidos resultam em aumento de 140% da reciclagem em Santo André

cooperativa de reciclagem santo andré

Santo André encerrou 2017 com o reaproveitamento de 30% de todos os resíduos gerados no município – desde 2014, o índice girava em torno de 12%. O aumento expressivo  da taxa foi resultado de várias ações na gestão dos resíduos sólidos realizada pela Prefeitura, por meio do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que tornaram mais eficientes a coleta em geral e a destinação correta dos recicláveis.

Os cerca de 715 mil habitantes da cidade geraram no ano passado 332 mil toneladas de resíduos. A soma engloba o lixo coletado porta a porta pelos caminhões de úmidos e de secos, os resíduos dos estabelecimentos de saúde, os materiais volumosos (madeiras, pneus, lâmpadas, colchões, entulho de pequenas construções etc.) deixados nas estações de coleta, além dos resíduos depositados nos mais de 100 PEVs (Postos de Entrega Voluntária) da cidade.

Prefeito Paulo Serra durante apresentação de balanço das ações de coleta seletiva e sobre a geração de resíduos em Santo André, nesta segunda (19), no auditório do Semasa

Considerando o total recolhido apenas com a coleta porta a porta de úmidos e secos em 2017, cada morador de Santo André gerou 0,89 kg de resíduos por dia, menos que a média nacional, que está em 1,04 kg atualmente. “Nossa cidade já foi referência na questão da reciclagem e está voltando a ser. Nós aumentamos em 140% a reciclagem e vários fatores contribuíram para isso, como a construção e a melhoria de ecopontos, o lançamento do projeto ‘Moeda Verde’, que troca lixo reciclável por alimento, ações de conscientização e a assinatura das cooperativas de reciclagem”, afirma o prefeito Paulo Serra (PSDB).

Descarte incorreto

Mesmo Santo André sendo referência nacional na coleta seletiva há quase duas décadas, com 100% da cidade atendida com a coleta de secos, 48% dos materiais lançados junto com o lixo comum pelos moradores ainda são recicláveis. São 105 mil toneladas de plásticos, vidros, papelão e papel, por exemplo, que são aterradas, sem necessidade, comprometendo a vida útil do Aterro Sanitário da cidade.

Considerado um dos melhores da Grande São Paulo, com nota 9,6 dada pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o Aterro Sanitário de Santo André, no ritmo atual, pode operar por apenas mais dois anos – sua vida útil é limitada. Por isso, há necessidade de uma melhor separação de todos os resíduos ainda na casa dos moradores.

Aterro Sanitário de Santo André: vida útil limitada

Para estimular mais a população, o Semasa está lançando uma campanha de incentivo à coleta seletiva. “A nossa ideia é fazer a campanha para que a população nos ajude a aumentar esse índice de reciclagem. Praticamente metade do lixo úmido tem reciclável. E isso tem um aspecto fundamental de melhoria da cidadania, da consciência ambiental, do tempo de vida do nosso aterro, além da questão econômica”, salienta o prefeito.

Entre as principais ações que ajudam a cidade a ampliar o seu índice de reciclagem está a melhor separação dos resíduos secos e úmidos pela população para a coleta porta a porta. Quando resíduos úmidos seguem nos sacos de reciclagem, os secos são contaminados e não podem ser aproveitados. Quando os secos são misturados aos úmidos, eles não podem ser separados e são aterrados.

Cooperativas 

Das 864,4 toneladas de resíduos secos que chegaram às duas cooperativas de reciclagem que atuam em Santo André em fevereiro de 2018, 52% foram reaproveitadas e vendidas, gerando renda aos trabalhadores. Fevereiro marcou o início da operação das cooperativas em dois turnos. Juntas, Cidade Limpa e CoopCicla têm agora cerca de 149 trabalhadores, que reciclam o material separado pela população em casa e levado pelo caminhão de secos e também os recicláveis deixados nas estações de coleta.

O Semasa espera que, com a consolidação do trabalho em dois turnos, este aproveitamento chegue a 70% ainda em março e aumente mais ao longo do ano, com o início da operação de mais uma cooperativa de reciclagem, no 2º Subdistrito.

Pontos viciados

Além das ações voltadas à reciclagem e reaproveitamento de resíduos, o Semasa tem ampliado os trabalhos de limpeza e manutenção dos chamados pontos viciados de descarte irregular. Comparando os volumes recolhidos em 2016 e em 2017 nestes locais, o aumento alcançou 37% – foram 91.750 toneladas coletadas em 2017 contra 66.810 toneladas em 2016.

Para combater este tipo de descarte, que é crime ambiental, o Semasa monitora regularmente os pontos viciados e realizada a limpeza nos locais entre duas a três vezes por mês. Além disso, conseguiu reduzir o número de pontos viciados ao longo do ano passado. Em janeiro de 2017 eram 68 na cidade contra 65 no final do ano.

De acordo com o Executivo andreense, mais seis estações de coleta serão inauguradas até 2020 – duas delas ainda em 2018. Os projetos “Moeda Verde” e “Livro Vivo”, lançados em 2017 para estimular a reciclagem em regiões carentes e o reaproveitamento de livros usados, respectivamente, serão ampliados.

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