Manifestantes impedem lançamento de revista em protesto contra Prefeitura de São Caetano
Era para ser uma noite de festa. Era. O lançamento da edição 55 da revista Raízes – tradicionalmente distribuída durante as comemorações de aniversário de São Caetano, resgatando capítulos e personagens da história do município – se transformou numa grande confusão, nesta terça-feira (22).
Manifestantes da ASPESCS (Associação dos Profissionais da Educação de São Caetano do Sul) ocuparam o palco do Teatro Santos Dumont, impedindo a continuidade do evento. Segundo a própria associação, foi um protesto pela retomada do plano de saúde dos funcionários públicos (em abril foi cancelado o contrato com a Greenline), pelo pagamento do dissídio da categoria e o abono salarial sem redução – o argumento é que o abono pago atualmente é o menor dos últimos quatro anos.
Antes de se dirigirem ao teatro, representantes da ASPESCS e estudantes bolsistas caminharam pela avenida Goiás e estiveram na Câmara Municipal, com faixas e cartazes, onde protestaram contra o corte nas bolsas de estudo, inclusive da Fundação das Artes, e a aprovação do reajuste salarial apenas para os servidores concursados do Legislativo. Também pediram a incorporação do abono ao salário dos profissionais da Educação. A sessão foi tumultuada, com vereadores vaiados toda vez que tentavam discursar na tribuna.
O outro lado
O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) usou sua página numa rede social para se posicionar. Ele classificou o ato como “lamentável, intolerante e desrespeitoso com a população de São Caetano” e “com interesses políticos e partidários”, atribuindo a ação a militantes do PSOL e do PT (a entidade foi criada por um grupo de professores insatisfeitos com a atuação do Sindserv, o Sindicato dos Servidores Públicos de São Caetano). “Era para ser uma celebração aos 140 anos de nossa querida São Caetano do Sul. A revista Raízes, da Fundação Pró-Memória, simboliza nosso orgulho da cidade, mas o evento foi invadido, violado e interrompido”, publicou.
Segundo Auricchio, reivindicações como o plano de saúde do funcionalismo e o Auxílio Educacional Complementar (AEC) foram “plus” criados por ele em gestões passadas, mas que agora carecem de trâmites burocráticos para serem retomados, além de esbarrarem na falta de recursos. “Os pleitos que eles (os manifestantes) vociferam estão em pauta na nossa gestão, um segue o tempo legal de um processo licitatório e o outro está em estudo técnico de viabilidade devido à realidade financeira do município.”
Representantes da ASPESCS reclamam de falta de diálogo com o Executivo e que não são recebidos na Prefeitura desde fevereiro para tratar das questões de interesse do funcionalismo. “A motivação pelo espetáculo trágico no Teatro Santos Dumont foi encenada com interesses partidários e políticos, privando a municipalidade de diálogo e entendimento. Uma atitude que não condiz com nossa democrática história”, retrucou o prefeito.
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