Data oficial da ONU, 14 de novembro, alerta sobre a necessidade de se ampliarem as ações preventivas e o controle da doença, que aumenta em 40% e 50% o risco de infarto nos homens e mulheres, respectivamente
O presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), José Francisco Kerr Saraiva, professor titular da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), explica que o diabetes pode evoluir para níveis bastante graves, causando cegueira, impotência sexual, mau funcionamento de órgãos vitais e crescente dificuldade de cicatrização de feridas e lesões, levando até mesmo à amputação de membros. “Além disso, é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, favorecendo a ocorrência de infarto e derrames cerebrais.”
A literatura demonstra que o risco de se ter um infarto aumenta 40% nos diabéticos homens e 50% nas mulheres. Quando a doença se manifesta, também potencializa outros fatores de risco, como o colesterol elevado e a hipertensão. “Ou seja, há muitos e fortes motivos para prevenir a ocorrência desse mal e, mais ainda, tratá-lo de modo eficaz assim que se descobre a sua existência. Como os sintomas não são imediatos, o controle médico periódico, com a realização de exames de sangue, é muito importante para o diagnóstico anterior ao aparecimento dos primeiros problemas”, alerta Dr. Saraiva.
Existe o diabetes do Tipo 1 e o do Tipo 2. O primeiro, muitas vezes diagnosticado na infância, é uma doença autoimune. Não está associada ao excesso de peso. É tratada com injeções de insulina. O segundo aparece mais em adultos acima dos 30 anos de idade e está diretamente ligado à alimentação errada, sobrepeso e obesidade. O organismo passa a ter resistência à insulina, perdendo a capacidade de responder aos efeitos do hormônio.
Quanto à prevenção do Tipo 2, cabe enfatizar a alimentação correta e equilibrada, combate à obesidade, consumo moderado de bebidas alcoólicas, prática regular de exercícios físicos (sempre com orientação médica) e abandono do tabagismo. As estatísticas reforçam a pertinência desses cuidados: estima-se que cerca de 10% dos habitantes adultos do Brasil tenham a doença, que, segundo o Ministério da Saúde, atinge 5,2% dos homens e 6% das mulheres. Dentre as pessoas acima de 65 anos, a incidência é de 21%.
Quando o diabetes é diagnosticado, o tratamento deve ser imediato e regular. O médico determinará se há necessidade de administração de insulina, sua frequência e dosagem. Em todos os casos, o controle da dieta, a redução drástica do consumo de açúcar e doces, emagrecimento saudável e prática de exercícios físicos ajudam muito no reequilíbrio dos níveis de glicose no sangue.
“Também é recomendável a interação com núcleos de convivência de pacientes, nos quais a troca de experiências e a ajuda mútua e solidária contribuem muito para a boa condição psicológica de todos, com impacto positivo na terapêutica. Esses grupos podem ser encontrados nos serviços públicos, ONGs da área da saúde ou serviços de voluntariado”, orienta o presidente da Socesp. “Prevenir o diabetes é muito importante. Porém, quando ele ocorre, o tratamento correto, o acompanhamento médico e o controle são decisivos, pois garantem boa qualidade da vida em grande parte dos casos”, conclui.
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