Reconhecer os sintomas dessa doença que atinge cerca de 300 mil brasileiros por ano é essencial na corrida contra o tempo para reduzir sequelas e salvar vidas
São necessários apenas seis segundos para ler o título desta matéria, tempo suficiente também para que uma pessoa ao redor do mundo sofra um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Quando falamos sobre derrame, como é popularmente conhecido, a corrida contra o tempo é uma importante aliada para salvar vidas, pois quanto mais rápido o resgate, menor o risco de danos cerebrais. Por ano, aproximadamente 14 milhões de pessoas sofrem da doença em todo o mundo e mais de 300 mil somente no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 100 mil pessoas não sobrevivem, o que faz do AVC a segunda maior causa de óbito no País.
O AVC é uma interrupção súbita do fornecimento de sangue para uma região específica do cérebro, levando a morte e lesão de alguns neurônios. Pode ser classificado como hemorrágico, causado por um rompimento de uma artéria do sistema nervoso central que ocasiona sangramento ou, como em 85% dos casos, isquêmico, quando uma ou mais artérias sofrem um entupimento, interrompendo o fluxo de sangue para algumas regiões do cérebro. Porém, para os dois tipos as causas podem ser as mesmas: pressão alta, diabetes, obesidade, sedentarismo, tabagismo e até estresse, denominados de cerebrovasculares.
Mesmo levando o nome de acidente a condição vem a ser uma espécie de “desfecho” desses problemas que são acumulados ao longo da vida e, pelos sintomas, é possível identificar e procurar imediatamente o polo de saúde mais próximo. “Nos últimos 20 anos houve uma evolução importante no tratamento do AVC, tanto por meio de medicamento, quanto por procedimentos altamente eficazes. O tratamento e possível recuperação estão diretamente relacionados à rapidez desse atendimento, por isso, logo ao apresentar um quadro sugestivo de AVC, o paciente deve ser encaminhado para um hospital”, esclarece o Dr. Rodrigo Bezerra, neurologista do Hospital e Maternidade Brasil, da Rede D’Or São Luiz.
Segundo o especialista, o AVC é caracterizado por quadros súbitos, isto é, o paciente encontra-se bem e rapidamente apresenta uma alteração neurológica chamada “déficit”. Os sinais mais frequentes relacionados ao AVC são: fraqueza, redução da sensibilidade na metade do corpo ou em membros, alteração da fala ou compreensão, perda visual súbita e alteração da coordenação ou tonturas agudas. Depois de investigar a causa e o nível de gravidade é definido um tratamento, que visa reabilitar o paciente do ponto de vista motor, cognitivo, psicológico e fonoaudiólogo.
“É importante o papel da população reconhecer os sintomas iniciais do AVC para que o paciente tenha oportunidade de receber o melhor e mais adequado tratamento e o mais rápido possível, visto que, assim, o paciente terá maior chance de tratamento e recuperação. Além disso, ter hábitos saudáveis e regulares para evitar e controlar as doenças crônicas é a melhor forma de prevenção ao AVC”, alerta o neurologista.
Em 29 de outubro comemora-se o Dia Mundial de Combate ao AVC.
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