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“Novo Centro” impulsiona comércio de Pilar do Sul

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Corredor da Avenida Miguel Petrere atrai novos empreendimentos e contribui com desenvolvimento do entorno

Quem circula pela Avenida Miguel Petrere, em Pilar do Sul, percebe que a via vem se tornando um corredor comercial da maior relevância, chegando a ser batizada informalmente de “Novo Centro”. A transformação se deve à instalação de novos empreendimentos, algo que tem se intensificado ultimamente, sobretudo no trecho compreendido entre a Rua Cândido Ayres e a Avenida Antônio Lacerda, da Santa Casa ao Garcia Mais Auto Posto (leia mais abaixo), impulsionando o desenvolvimento local.

A chegada do hipermercado Central Park ao número 764 da avenida, há 12 anos, contribuiu fortemente para a expansão comercial observada de lá para cá. Na esteira do sucesso da rede, que também tem lojas em Sorocaba, vieram outros supermercados, além de estabelecimentos variados: de lojas de móveis e eletrodomésticos a pet shops e agropecuárias, passando por drogarias, utilidades para o lar e materiais de construção, facilitando a vida e o deslocamento dos moradores de bairros do entorno – como Campo Grande, Santa Cecília, Jardim Campestre, Jardim Pinheiro e Jardim Nova Pilar.

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Inaugurado em 2012, o hipermercado Central Park foi um dos fatores decisivos para impulsionar o crescimento e determinar o perfil dos imóveis ao longo da avenida

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Da Baixada Santista e Vale do Ribeira para a região: Lojas Mari, de utilidades para o lar, aposta no potencial de Pilar do Sul

Recém-chegada, a rede de utilidades domésticas Lojas Mari, com unidades também em Guarujá, Ibiúna, Piedade e Registro, se instalou no 1.205 da Miguel Petrere há apenas 08 meses, já atenta à localização e movimentação da via. “Somos uma rede com oito lojas e ainda estamos nos apresentando à população, mas o lugar é muito bom e bem movimentado, o que reforça nossa ideia de expandir e contribuir com o crescimento do comércio. A cidade tem muito potencial”, projeta Camila de Jesus, gerente da loja de Pilar do Sul.

Há mais tempo na via, no número 1.226, a Paulistana Móveis e Eletro, é um dos símbolos dessa transformação do local. Segundo Frank de Almeida Chagas, que além de gerente da unidade pilarense é diretor comercial regional da rede, a loja estima um crescimento de 10% a cada ano, devido ao aumento no fluxo de pessoas que circulam pela avenida, atraídas pelos novos empreendimentos. “Quando decidimos abrir aqui, há 04 anos e meio, essa área não era tão conhecida como é hoje e tínhamos opção de imóvel no Centro. No entanto, resolvemos investir neste ponto e bairro, que nos últimos anos tem se transformado em um verdadeiro polo de crescimento, sendo chamado até de Novo Centro”, comemora. O bairro em questão é o Campo Grande.

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Paulistana Móveis e Eletro chegou há 04 anos à Aveninda Miguel Petrere e estima crescimento anual em torno de 10% no faturamento

Na visão do executivo da Paulistana, que possui 11 lojas no Estado (em cidades como Itapetininga, Itapeva, Buri, Taquarituba, Apiaí e São Miguel Arcanjo), o aumento da demanda e a chegada de comércios de diferentes segmentos tende a beneficiar os negócios locais e fortalecer a economia do município como um todo. “Desde que abrimos nossa loja aqui em Pilar do Sul, temos visto um crescimento constante no fluxo de clientes. A presença de outros estabelecimentos cria um ambiente ainda melhor e atrai mais pessoas para a região, o que é benéfico para todos nós”, comenta. “Só falta uma agência bancária para o bairro ficar um lugar completo para o povo pilarense”, acredita.

De acordo com o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Pilar do Sul, Wilson Tezotto Bom, conhecido como Zeca da Jowi, a expansão comercial na Avenida Miguel Petrere reflete o crescimento urbano e econômico de Pilar do Sul, cuja população foi estimada em 28.417 habitantes pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2024. “Isso foi impulsionado pela localização estratégica [da via], o aumento populacional nas proximidades e melhorias na infraestrutura, o que vêm atraindo investimentos e novos empreendimentos. Esse desenvolvimento gera empregos, diversifica os serviços e fortalece o comércio local”, destaca.

No entanto, o empresário reforça a necessidade de um desenvolvimento equilibrado. “A área central da cidade continua sendo estratégica, com grande concentração de comércios e papel importante na economia local. Por isso, também deve ser valorizada e contemplada em ações de incentivo e melhorias”, completa. Além de estar situada no 978 da Avenida Miguel Petrere, a Jowi tem lojas do seguimento de calçados e artigos esportivos no Centro e nas vizinhas Salto de Pirapora e São Miguel Arcanjo.

Três vias, um só corredor, muitas transformações

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Novo conceito: região da via próxima à Santa Casa tem atraído investimentos

A continuidade da SP-250 (Rodovia Nestor Fogaça) recebe, no perímetro urbano de Pilar do Sul, três denominações: Rua Dom Lúcio Antunes Souza, Avenida Miguel Petrere e Avenida Padre Benedito Mariano, seguindo como Estrada Municipal José de Almeida Rosa ao passar por bairros como Chácaras Reunidas e Pinhal de Cima até a divisa com o município de São Miguel Arcanjo. Na prática, é tudo uma coisa só, mas é o trecho da Miguel Petrere, em especial na altura da Santa Casa de Misericórdia e do Garcia Mais Auto Posto, que tem despontado como nova área de interesse, atraindo empresas de portes distintos.

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Fluxo em direção às chácaras dos bairros Cananéia e Reunidas é apontado como determinante para o desenvolvimento do corredor Dom Lúcio-Miguel Petrere-Benedito Mariano

Para o empresário Angelo Paiotti, ex-vice-prefeito do município, dois fatores foram determinantes para o desenvolvimento desse corredor comercial, em momentos distintos. Um deles o fechamento do antigo Hospital Psiquiátrico de Pilar do Sul, em 1996, o que resultou na comercialização de lotes, incluindo aquele onde hoje está a segunda loja da Paiotti Materiais Para Construção na cidade, inaugurada em 2023 no número 1.283 da Miguel Petrere. O outro foi a venda de terrenos nos loteamentos Jardim Cananéia e Chácaras Reunidas Pilar, na região do Boa Vista/Pinhal, entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990.

“Minha primeira loja fica na Dom Lúcio Antunes de Souza e não perdi a oportunidade de adquirir um segundo ponto, na Miguel Petrere por confiar no potencial dessa via. Os desdobramentos, com Central Park, Pilar da Terra e outros estabelecimentos chegando com o passar do tempo, só alavancaram seu desenvolvimento, fazendo desse um corredor comercial importante e o metro quadrado mais caro de Pilar do Sul”, comenta Paiotti, que possui outras cinco lojas – duas em São Miguel Arcanjo, uma em Piedade, uma em Salto de Pirapora e uma em Araçoiaba da Serra.

Em entrevista ao Blog do Baena TV durante a eleição municipal de 2024, o então candidato Beto Jordão, segundo colocado no pleito majoritário, já havia atribuído o desenvolvimento da avenida Miguel Petrere ao fato de ser ligação com Jardim Cananéia e Chácaras Reunidas, atualmente bairros da extensão urbana sob responsabilidade do poder público. Ambos concentram grande quantidade de imóveis de veraneio, destinados ao lazer e descanso de moradores em sua maioria oriundos da Grande São Paulo.

“Para efeito de comparação, a Avenida Papa João XXIII, que é paralela, já era asfaltada mas não se desenvolveu tanto quanto a Miguel Petrere. Esse movimento começou porque os moradores de São Paulo e Região Metropolitana passavam por esse corredor para chegar até suas chácaras, consumindo aos finais de semana em açougues, mercados e padarias, fazendo com que explodisse o avanço dessa região”, acredita o atual secretário de Saúde da cidade de Votorantim.

Concorrência não permite acomodação

Com mais de 30 anos de existência, o tradicional supermercado Rugine resolveu ampliar as instalações de sua matriz diante do anúncio da chegada do Central Park, em 2012. A movimentação se justificava: era preciso estar à altura e fazer frente à concorrência. No final de 2024, a unidade, no 203 da Rua Dom Lúcio Antunes de Souza, na região central, começou a passar por um processo de retrofit (modernização).

Depois de apostarem nos últimos anos também no conceito de varejo de proximidade/vizinhança, com a abertura de duas lojas menores (no Jardim Nova Pilar e no Jardim Marajoara), os proprietários da rede de supermercados se preparam agora para marcar presença no cobiçado “Novo Centro”. A quarta unidade do Rugine no município ficará em área adquirida próxima ao burburinho da Miguel Petrere. A aposta é num empreendimento de grande porte, em sintonia com as tendências do setor supermercadista.

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Estabelecimentos diversificados atraem pessoas e aquece o movimento de empresas, comércios e serviços também nos arredores

Futuro

De seu início, no cruzamento com a Rua Eugênio Teodoro Sobrinho, ao fim, no trevo de acesso à Antônio Lacerda, a Avenida Miguel Petrere concentra hoje estabelecimentos diversos, como alimentos e bebidas, veterinário, automotivo e presentes, fortalecendo ainda mais os setores de comércio e serviços na cidade, a ponto de já se notar a falta de endereços disponíveis. Tal fenômeno tende a beneficiar vias transversais e os trechos denominados Dom Lúcio Antunes de Souza e Padre Benedito Mariano.

Na Dom Lúcio, vários empreendimentos foram abertos, mudando a cara da cidade logo na entrada. Quem passa pelo portal, porém, percebe que ainda há potencial para novidades nos próximos anos.

Na Avenida Padre Benedito Mariano, extensão da Miguel Petrere, a transformação começou mais recentemente. Novas lojas vêm se instalando em meio a terrenos ainda disponíveis, mas que entram na mira de investidores em busca de um futuro promissor e atentos à visibilidade que esse corredor já proporciona no presente.

Procuramos a Prefeitura de Pilar do Sul para saber o total de novas empresas que se instalaram na via, a fim de traçar um comparativo da evolução comercial nos últimos anos, se há investimentos públicos planejados para o local e incentivos previstos para atrair novos empreendimentos – também para manter o Centro da cidade aquecido. Solicitamos ainda depoimentos do prefeito Clayton Machado (Republicanos) e do secretário da Fazenda, Fábio de Deus Camargo, sobre o tema, mas não obtivemos retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto e o texto será atualizado, caso se manifestem.

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