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Exame que pode prevenir câncer que vitimou Preta Gil deve ser realizado regularmente

preta gil

Principal forma de diagnosticar precocemente o surgimento do câncer colorretal, a colonoscopia ainda não faz parte da rotina da maioria das pessoas

A colonoscopia é um exame que deve ser realizado rotineiramente para o diagnóstico precoce e prevenção do câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino. Nos casos em que há risco habitual para a doença, ou seja, quando não há informação de casos na família, a indicação é que o primeiro exame seja realizado aos 45 anos de idade – a partir deste, se não houver nenhuma anormalidade, o exame poderá ser repetido em até 5 anos, ou conforme a orientação do médico.

A cantora Preta Gil, faleceu no domingo (20), aos 50 anos, após dois anos e meio em tratamento contra um câncer no intestino. Desde maio, a artista estava hospedada em Nova York, nos Estados Unidos, onde iniciou um tratamento com medicação experimental, após sessões de quimioterapia e radioterapia, além de cirurgias e internações no Brasil.

No caso de câncer colorretal em parente de até segundo grau, o primeiro exame deve ser feito aos 45 anos, ou 10 anos antes da idade que o parente tinha quando recebeu o diagnóstico da doença. A partir daí, sem anormalidades no exame, repetir a cada 5 anos.

Se houver alguma anormalidade no exame, em geral um adenoma, que é uma pequena lesão na superfície do cólon ou do reto, que pode evoluir para um câncer, o exame deve ser repetido frequentemente. O médico que acompanha o paciente determinará esta frequência com base no histórico familiar e em outras informações clínicas e de hábitos de vida.

Há, ainda, algumas situações mais específicas que requerem atenção especial. É o caso de tipos de câncer mais raros, com aspecto de hereditariedade mais grave, como a Polipose Adenomatosa Familiar (PAF) ou síndrome de Lynch. Neste caso, as chances de desenvolver a doença são muito elevadas e até mesmo um teste genético poderá ser recomendado. Para estes pacientes, a colonoscopia será indicada ainda na adolescência ou até mesmo antes, conforme cada caso.

“O mais importante é que as pessoas conheçam a importância de realizar a colonoscopia e não deixem de realizar assim que tiverem a indicação médica. O câncer colorretal, quando diagnosticado precocemente, é muito mais simples de tratar e as chances de cura são muito maiores. Quanto mais tardiamente acontecer o diagnóstico, mais difícil será o tratamento”, explica o cirurgião geral e oncológico Arnaldo Urbano Ruiz, coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

A importância do preparo

A colonoscopia é fundamental, mas existe um risco inerente ao procedimento. Por isso, não se deve fazer mais exames do que o necessário e sempre seguir corretamente as instruções do preparo antes da realização do exame.

Estas medidas são importantes para reduzir os riscos e oferecer mais segurança durante o exame. “Os eventos adversos são bastante raros. Nos melhores serviços, acontecem em cerca de um a cada 4.500 exames. Ainda assim, o número é alto se compararmos a exames como toque retal, para a prevenção do câncer de próstata, ou a mamografia, para o câncer de mama, praticamente isentos de risco”, explica o Dr. Arnaldo.

Os mais comuns são a perfuração durante o exame e o sangramento que não se resolve após o procedimento. No caso de perfuração, se o intestino estiver absolutamente limpo, dificilmente haverá uma contaminação fecal significativa. Por este motivo, a realização do preparo antes do exame é tão importante.

O tratamento, neste caso, é cirúrgico e deve ser realizado imediatamente, por meio de videocirurgia, a fim de reparar as lesões ocorridas. No caso do sangramento, ainda menos frequente, em geral é autolimitado e cede espontaneamente em pouco tempo. Caso contrário, também será indicado o tratamento cirúrgico.

Sintomas e diagnóstico

Segundo o especialista, as pessoas já estão acostumadas a realizar consultas e exames com foco na prevenção do câncer de próstata, do câncer de mama e outras doenças graves, mas pouco se fala sobre o câncer colorretal, o terceiro tipo de câncer mais incidente, tanto em homens como em mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma e do câncer de próstata, nos homens, e de mama, nas mulheres.

A maneira mais fácil de diagnosticar o câncer colorretal é a colonoscopia. Isso porque o exame é capaz de detectar a doença antes mesmo de seu início. O exame pode detectar um pólipo, que somente depois de alguns anos, se não removido, poderá se transformar em câncer. Pode, também, detectar a doença em estágio inicial, quando ainda não oferece nenhum sintoma.

Mesmo em estágio mais avançado, os sintomas podem ser bastante inespecíficos, dificultando o diagnóstico. Mudança do hábito intestinal, que passa a apresentar constipação ou diarreia, presença de sangue nas fezes, fezes mais escurecidas ou a sensação de querer evacuar, mas não conseguir são alguns deles.

Outro sintoma que deve servir de alerta é a presença de massa abdominal palpável, dores abdominais constantes, anemia sem diagnóstico ou perda de peso não intencional, principalmente em pacientes acima de 45 anos. Todos estes sintomas podem estar relacionados a diversas outras causas, mas seja qual for, devem ser investigados.

Cancer-Colorretal

Câncer colorretal ou de intestino: quanto antes o diagnóstico for realizado, maiores as chances de cura

O câncer colorretal

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são cerca de 40 mil novos casos ao ano de câncer colorretal no Brasil, na grande maioria dos casos tratáveis e curáveis, quando detectados precocemente. O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso, o cólon e o reto.

Além de realizar a colonoscopia, alguns hábitos de vida são importantes para a prevenção não apenas do câncer colorretal, mas de vários outros tipos de câncer e problemas sérios de saúde. A prática de atividade física regular é um deles.

“O paciente ativo fisicamente apresenta trânsito intestinal melhor, evacua melhor e reduz o tempo em que as fezes e produtos que ficam nas fezes e que são potenciais cancerígenos permanecerão em contato com a mucosa colorretal. Este contato prolongado favorece o surgimento de adenomas, que são os precursores do câncer”, acrescenta o cirurgião oncológico.

O ideal é que sejam praticados pelo menos 150 minutos de atividades moderadas a intensas por semana. Além disso, é importante manter uma dieta rica em fibras e grãos, balanceada, com o consumo de laticínios e não exceder 500g de carne vermelha cozida por semana.

Também devem ser evitados os alimentos ultraprocessados, embutidos e enlatados, o consumo excessivo de bebida alcoólica, tabagismo e sobrepeso.

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