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São Caetano despenca 27 posições em ranking de urbanismo

São Caetano do Sul

No resultado da pesquisa realizada pela consultoria Urban Systems sobre urbanismo nas cidades brasileiras, um dado chama a atenção: no ranking geral, São Caetano do Sul, na região do ABC, caiu do 9º lugar em 2016 para o 36º neste ano. As informações acabam de ser divulgadas pela revista Exame e o estudo envolve 50 médios e grandes municípios.

A cidade de Santos, no litoral paulista, que ocupava o 6º lugar no ano passado, foi apontada como a melhor do país em planejamento urbano. Dos municípios do Grande ABC na lista, Santo André foi o único com desempenho positivo, subindo seis posições de 2016 para 2017 (20º no ranking), porém, atrás de São Bernardo do Campo, na 16ª posição. Já Mauá, caiu do 7º para o 45º lugar.

Das cidades do ABC no ranking do planejamento urbano, apenas Santo André subiu posições de 2016 para 2017; figura em 20º lugar, ainda assim atrás de São Bernardo (que caiu para o 16º)

O curioso é que São Caetano – com 159.608 habitantes e apenas 15 km² (dados atualizados pelo IBGE)  – vem se destacando por seus indicadores em outras análises. Há alguns anos lidera o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), das Nações Unidas, como a melhor cidade brasileira em qualidade de vida. Com 100% de redes de água e esgoto, tem projeto de se tornar o primeiro município do Brasil também com 100% de gás encanado.

Nesta terça-feira (17), o município foi um dos destaques do seminário “Exemplos em Saneamento Básico – Municípios Provam Ser Possível Universalizar Serviços e Reduzir Perdas de Água”, promovido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo Instituto Trata Brasil, em São Paulo. O prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) apresentou resultados que fizeram de São Caetano uma das cidades metropolitanas brasileiras pioneiras ao alcançar 300% em saneamento: 100% de água tratada, 100% de esgoto coletado e 100% de esgoto tratado.

Há dois anos, esse estudo da Urban Systems – chamado Connected Smart Cities – é considerado ponto de partida para que as cidades brasileiras possam alcançar padrões internacionais de cidades inteligentes. Para montar o ranking de urbanismo, 13 critérios foram levados em conta. Quatro deles têm a ver com transportes: proporção entre ônibus e automóveis; idade média da frota de transporte público; quantidade de ônibus por habitante; e presença de outros meios de transporte.

No que se refere ao planejamento urbano propriamente dito, foram seis os critérios: lei de zoneamento; lei de operação urbana consorciada; plano diretor estratégico; emissão de certidão negativa e alvará on-line; vias pavimentadas e despesas municipais com urbanismo. Por fim, ainda levou em conta o atendimento urbano de água, esgoto e a arborização dos municípios – São Caetano não tem mais mata nativa e disponibiliza apenas 4 metros quadrados de área verde por habitante em locais públicos; segundo a  OMS (Organização Mundial de Saúde), é necessário uma média de 12 m²/habitante.

Confira o ranking publicado pela Revista Exame:

2017 2016 Município (UF) Pontos
Santos (SP) 7,719
22º Belo Horizonte (MG) 7,631
Curitiba (PR) 7,53
Maringá (PR) 7,425
Jundiaí (SP) 7,41
São Paulo (SP) 7,238
36º Patos de Minas (MG) 7,143
10º Ribeirão Preto (SP) 7,125
35º Cascavel (PR) 7,099
10º 47º Campinas (SP) 7,093
11º Itaúna (MG) 7,09
12º Juiz de Fora (MG) 7,017
13º Colatina (ES) 6,994
14º 37º Presidente Prudente (SP) 6,911
15º Salvador (BA) 6,909
16º 15º São Bernardo do Campo (SP) 6,881
17º Cambé (PR) 6,818
18º Caieiras (SP) 6,81
19º 19º Petrópolis (RJ) 6,768
20º 26º Santo André (SP) 6,757
21º 12º Betim (MG) 6,742
22º Americana (SP) 6,687
23º Itumbiara (GO) 6,667
24º Campo Grande (MS) 6,66
25º 34º Jataí (GO) 6,658
26º Iturama (MG) 6,644
27º 18º Várzea Paulista (SP) 6,626
28º 25º Uberaba (MG) 6,623
29º 48º Linhares (ES) 6,612
30º 20º Piracicaba (SP) 6,595
31º Porto Ferreira (SP) 6,566
32º Cachoeiro de Itapemirim (ES) 6,554
33º 80º Indaiatuba (SP) 6,548
34º Londrina (PR) 6,538
35º Vitória Da Conquista (BA) 6,518
36º São Caetano do Sul (SP) 6,515
37º Itápolis (SP) 6,507
38º 23º Paulínia (SP) 6,5
39º Itatiba (SP) 6,499
40º Feira de Santana (BA) 6,494
41º Foz do Iguaçu (PR) 6,478
42º Porto Alegre (RS) 6,473
43º Tatuí (SP) 6,454
44º Palmas (TO) 6,441
45º Mauá (SP) 6,424
46º Jaboticabal (SP) 6,422
47º 21º Salto (SP) 6,377
48º Praia Grande (SP) 6,343
49º Ipatinga (MG) 6,342
50º Botucatu (SP) 6,34

Instalação de empresas

Se em planejamento urbano São Caetano ficou devendo, a cidade aparece bem em outros segmentos. No estudo da Urban Systems sobre as 100 melhores cidades para investir em negócios (com mais de 100 mil habitantes), realizado desde 2014, está em 4º lugar (com 13,47 pontos), atrás de São Paulo (15,29), Vitória (14,25) e Porto Alegre (13,55) – em 2016, somou 11,90 pontos, ficando em segundo lugar, atrás de Barueri (12,61) e à frente de São Paulo (11,50).

Do ABC, São Bernardo (31º) e Santo André (64º) perderam posições no ranking 2017, com 10,42 e 9,71 pontos, respectivamente. Foram levados em conta 28 indicadores e feitos quatro recortes na lista principal (com as cidades mais promissoras para negócios): as melhores em desenvolvimento econômico, infraestrutura, desenvolvimento social e capital humano – nesses dois últimos, São Caetano ficou em segundo lugar.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo, Tecnologia e Inovação de São Caetano, Silvio Minciotti, as atuais políticas públicas executadas pela Prefeitura visam atrair novos empresários, não apenas com a desburocratização de processos, mas com uma série de outros atrativos. Inovação e tecnologia estão no radar para alavancar o crescimento da cidade e transformá-la numa Smart City (conceito de cidade inteligente).

“Toda uma infraestrutura digital está sendo preparada para atender indústria, comércio, serviços e a população. Hoje as empresas buscam ambiente empresarial e tecnológico para que consigam prosperar. Além disso, a cidade tem que ser atrativa no que diz respeito a relação pessoal”, afirma.

Segundo o secretário, a chamada indústria limpa (que requer pouco espaço e trabalha com produtos de alto valor agregado) já é uma realidade em São Caetano – que sofre com a carência de áreas disponíveis. “Não há mais necessidade de disponibilizar grandes áreas para atrair novas empresas. Agora estamos aprimorando a busca por um ambiente tecnológico compatível com uma cidade 4.0, com aquilo que a indústria precisa.”

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